Jornal Correio Braziliense

Economia

Empresa Maclaren fará recall de carrinhos de bebê vendidos no Brasil

A empresa britânica Maclaren fará recall dos seus carrinhos de bebê vendidos no Brasil. A fabricante enviou ontem um comunicado à Brasbaby, responsável pela importação do produto, orientando o distribuidor a tomar as mesmas medidas adotadas no mercado norte-americano. "A dobradiça é praticamente a mesma em todos os carrinhos", explicou Gilberto Oliveira, gerente da Brasbaby. Os brasileiros receberão um kit de peças que tamparão as dobradiças, evitando que elas mutilem os dedos dos bebês. "Vamos atender todos os consumidores", garantiu Oliveira. [SAIBAMAIS]A Brasbaby está fazendo um cadastro de todos os clientes pelo e-mail brasbaby@brasbaby.com.br para o envio da peça. O recall abrange os seguintes modelos fabricados na China: Volo, Triumph, Quest Sport, Quest Mod, Techno XT, Techno XLR, Twin Triumph, Twin Techno e Easy Traveller. Em rápida pesquisa na internet, encontramos os modelos mais vendidos no Brasil: o Volo é comercializado por R$ 425; o Quest Sport, por R$ 799; o Techno XT de R$ 1.099 a R$ 1.199 e o Twin Techno, por R$ 1.749. Um milhão de carrinhos de bebê da marca Maclaren, fabricados desde 1999, estão sendo alvo de recall nos Estados Unidos. A fabricante britânica anunciou o recall depois que 12 bebês tiveram parte dos dedos amputada pela dobradiça. Os problemas ocorreram quando eles colocaram os dedos na dobradiça enquanto o produto era dobrado ou aberto. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, foi um dos primeiros a pressionar pelo recall, informando ao Correio que deveria haver recall no Brasil. No Procon do Distrito Federal não foi registrada nenhuma queixa envolvendo carrinhos Maclaren, mas Ricardo Pires, presidente do órgão, defendeu, na terça-feira, que fosse realizado um recall. "Mesmo não havendo acidentes no país, por responsabilidade e por coerência, deveriam fazer uma convocação dos consumidores, porque há um vício oculto" (problema que não se manifestou sob a forma de um acidente). Pires disse que o Procon-DF vai pedir ao DPDC que acione o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), órgão adequado para certificar as condições de segurança dos produtos comercializados no Brasil. A Maclaren, em comunicado à Comissão de Segurança de Produtos para o Consumidor dos Estados Unidos, pediu que os consumidores americanos parem de usar os modelos citados no recall imediatamente e que só voltem a usá-los após o reparo. "A dobradiça do carrinho oferece um risco de amputação ou laceração dos dedos da criança quando o consumidor está fechando ou abrindo o carrinho", diz o documento.