O diretor da secretaria da presidência da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo César Martins, negou nesta sexta-feira (23/10), em entrevista à Agência Brasil, que os 12 sindicatos ligados à entidade, que reúne cerca de 40 mil trabalhadores da Petrobras, já tenham data marcada para decretar uma greve geral dos petroleiros por tempo indeterminado, como chegou a admitir ontem o diretor de Administração e Patrimônio do Sindipetro-RJ, José Maria dos Santos Nascimento, ao prevê a paralisação para a próxima semana.
[SAIBAMAIS]Martins, no entanto, admitiu que a FUP tem a mesma visão do Sindipetro-RJ de rejeição à contraproposta apresentada pela Petrobras e que, na falta de um acordo entre as partes, poderá, sim, ocorrer uma greve geral por tempo indeterminado.
"Nós estamos realizando as paralisações de surpresas que têm como objetivo levar, lá na frente, a uma greve por tempo indeterminado, com o controle da produção. Quando acontecerá está greve? Vai depender das discussões com a categoria. Antes disso não há data para uma greve geral, porque a gente ainda está em fase de construção do movimento definitivo", disse.
O diretor da secretaria da presidência da FUP considerou precipitada a greve promovida pela Federação Nacional (à qual o Sindipetro-RJ é filiado) encerrada na última terça-feira, mesmo sem que se chegasse a um acordo entre a Petrobras e os seis sindicatos a ela filiados.
Apesar das discordâncias em relação à posição dos sindicatos ligados a Federação Nacional, a FUP, segundo o diretor, não acredita em um acordo coletivo que evite a greve, pois a Petrobras não vem querendo discutir, no acordo, as alterações nas cláusulas sociais.
"As negociações das cláusulas sociais ocorrem de dois em dois anos, ao contrário das [cláusulas] econômica que são de ano em ano. E a última negociação envolvendo as cláusulas sociais ocorreu há dois anos. E não havendo avanço nas cláusulas sociais o movimento sindical vai tentar convencer os trabalhadores da necessidade de realização da greve por tempo indeterminado, inclusive com a paralisação da produção", afirmou.