Um grupo de alemães ricos lançou uma campanha na internet para reclamar a volta da cobrança de um imposto sobre o patrimônio com o objetivo de ajudar o país a ter mais recursos para sair da crise.
[SAIBAMAIS]O texto (www.appell-vermoegensabgabe.de) recebeu a assinatura de 44 pessoas ricas, que esperam deste modo pressionar o futuro governo conservador-liberal da chanceler Angela Merkel a impor mais impostos.
A iniciativa não tem grandes chances de tornar-se realidade, já que o partido liberal FDP, novo aliado de Merkel após as legislativas de 27 de setembro, insiste na promessa eleitoral de reduzir impostos.
Até o momento, os nomes das maiores fortunas da Alemanha não aparecem na petição.
Mas para Dieter Lehmkuhl, 66 anos, médico aposentado e idealizador da iniciativa, são os ricos que devem ajudar o país.
Lehmkuhl calculou que se os 2,2 milhões de alemães que possuem mais de 500.000 euros pagarem durante dois anos 5% de seu patrimônio, os cofres públicos receberão 100 bilhões de euros.
Lehmkuhl convidou o Estado a atuar em duas etapas: em 2009 e 2010 os ricos pagariam 5% do patrimônio para financiar determinados projetos, e a partir de 2011 seria introduzido um imposto duradouro de 1% sobre o patrimônio suprimido em 1997.
A ideia surgiu quando a Alemanha liberou milhares de milhões de euros para salvar os bancos e reativar a economia.
"Fico aborrecido só de pensar que, de repente, encontramos tanto dinheiro para os bancos, um dinheiro que não tínhamos para financiar projetos urgentes nos planos social, educacional e de meio ambiente", lamenta Dieter Lehmkuhl.
Na quarta-feira, Lehmkuhl e partidários de seu projeto se reuniram num parque de Berlim, o Tiergarten, para promover a iniciativa, jogando para o ar de maneira simbólica cédulas de dinheiro fictícias.
Lehmkuhl, que reivindica o movimento cultural de 1968, sonha com um equivalente alemão da organização americana UFA (United for a Fair Economy, Unidos por uma Economia Equitativa), que agrupa centenas de "ricos responsáveis" e preocupados em conseguir uma maior igualdade social.
Para poder assinar a petição, os ricos devem provar que têm pelo menos 500.000 euros de patrimônio e pagar uma cota de 200 euros.