Jornal Correio Braziliense

Economia

Fim de emissões ao BNDES diminui dívida pública

O fim do ciclo de repasses do governo federal ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), banco de fomento da indústria, fez com que a dívida pública apresentasse queda na comparação com o mês anterior. Em agosto, o Tesouro Nacional concluiu as emissões de R$ 100 bilhões ao BNDES, operação que serviu para dar mais liquidez ao sistema financeiro e permitir que empresas de pequeno e médio porte não sofressem com a falta de crédito. Em setembro, o estoque da dívida pública apresentou decréscimo de 1,39%, passando de R$ 1,509 trilhão em agosto para R$ 1,488 trilhão em setembro. [SAIBAMAIS]Nesse mês, o estoque da dívida em poder do mercado brasileiro (dívida pública mobiliária interna) diminuiu 1,8%, passando de R$ 1,4 trilhão no oitavo mês do ano para R$ 1,385 trilhão em setembro. Esta queda se deveu ao resgate líquido (vencimento de papéis em poder dos investidores) de R$ 26,14 bilhões. "Em parte, pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 11,05 bilhões", disse o Tesouro Nacional em nota. No que se refere à dívida em poder de investidores estrangeiros, percebeu-se um decréscimo bem maior em setembro do que nos meses anteriores, de 5,44%. No nono mês do ano, a dívida pública federal externa saltou de R$ 108,97 bilhões em agosto para R$ 103,4 bilhões em setembro. Composição Mesmo com as emissões soberanas de títulos do Tesouro no último mês a mercados norte-americano, europeu e asiático, a dívida pública federal aumentou apenas no mercado interno, passando de 92,78% de participação em agosto para 93,08% em setembro. No mesmo período, a dívida pública em poder do mercado internacional recuou de 7,22% do estoque para 6,92% do estoque. Custo médio Em setembro, o custo médio acumulado da dívida pública federal reduziu 1,65 ponto percentual, passando de 13,8% ao ano de juros em agosto para 11,42% ao ano de juros em setembro. Isso quer dizer que em setembro o governo gastou menos com juros pagos a investidores do que no mês anterior, situação que havia sido explicada pelo Tesouro Nacional como uma nova estratégia de atuação do Tesouro nos mercados. Com isso, a tendência é que também nos próximos meses o governo gaste menos com o pagamento de juros da dívida pública, o que dá mais sustentabilidade à operação de financiamento do governo.