A Oi quer roubar mercado da concorrência e está apostando pesado no potencial da pessoa física. A empresa desenhou uma política agressiva para conquistar consumidores das regiões Centro-Oeste e Sul, mais Tocantins, Acre e Rondônia (Região II). Atendendo ao desejo de consumo de uma parcela expressiva da população, especialmente de renda mais baixa, um produto típico dos celulares agora também poderá ser contratado para a telefonia fixa: é o plano controle, aquele em que o assinante paga um valor fixo por um volume limitado de minutos. Terminados os créditos, o telefone deixa de fazer ligações, mas continua recebendo. Em caso de necessidade, o assinante pode comprar créditos adicionais.
"Nossas pesquisas mostram que todo consumidor quer ter um telefone fixo em casa, pois facilita a busca por emprego e até a contratação de crédito. Mas muitos se preocupam com a conta no fim do mês, já que é difícil controlar o uso por parte de toda a família", contou Flávia Bittencourt, diretora de Marketing da Oi. Por isso, a empresa, que ocupa a quarta colocação no ranking nacional da telefonia móvel, está lançando planos de 80, 200 e 400 minutos com essa característica.
Além disso, e para abocanhar os clientes da concorrência, a Oi promete 14 anos de ligações locais gratuitas para qualquer fixo da Oi nos fins de semana e nos dias úteis, durante os horários de tarifas reduzidas (da meia-noite às 6h), para quem adquirir um telefone fixo. "Nós gostaríamos de ter todo o mercado. Por isso, temos uma política mais agressiva", admitiu a diretora de Marketing.
Convergência
Para conquistar os consumidores mais resistentes, a empresa está lançando a banda larga Velox nesses 10 estados, com velocidade de até 8 Mbps. "O cliente tem a liberdade de contratar o plano e sair a qualquer momento", explicou Flávia. "Isso porque acreditamos no produto que estamos oferecendo, em nossas tarifas, em nosso serviço. Não cobramos multa nem temos plano de fidelização. E se o cliente tiver celular, telefonia fixa e banda larga, certamente terá um preço diferenciado pela convergência dos serviços."
Em abril do ano passado, o grupo Oi anunciou a compra da Brasil Telecom por R$ 5,8 bilhões depois de longa negociação. Surgiu, então, uma gigante das telecomunicações, com 43,4 milhões de clientes, sendo 20,7 milhões em telefonia celular e 22,7 milhões na fixa. Em dezembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou a operação.
O próximo passo é a televisão por assinatura. Lançada no Rio de Janeiro em julho, a OiTV deverá estar em todos os estados brasileiros até julho de 2010. "Estamos lançando esse produto aos poucos, porque requer um grande esforço fazer toda a instalação", confirmou a diretora de Marketing, que se esquivou dos detalhes da operação para não despertar a concorrência. "O que posso dizer é que Brasília está nos planos bem próximos".