Jornal Correio Braziliense

Economia

ONG aprova taxação de capital estrangeiro, mas quer economia mais competitiva

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) divulgou nota nesta terça-feira (20/10) na qual diz ter aprovado a taxação de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital especulativo estrangeiro em renda fixa e no mercado acionário brasileiro. O Iedi destacou que o pano de fundo para essa decisão governamental é a valorização acentuada da moeda nacional, ocorrida em pouco espaço de tempo, com significativos prejuízos para a rentabilidade das exportações brasileiras e consequente favorecimento das compras externas. [SAIBAMAIS]O insituto é uma organização não governamental (ONG) que atua há 20 anos na articulação da indústria nacional. Na nota, ressalta que "uma medida adequada ao momento", como a taxação do capital especulativo, também "pressupõe a adoção simultânea de ações de política econômica para ampliar a modernização e a competitividade da economia". Como se vive um momento de maior liquidez e confiança nos mercados financeiros internacionais, e como o Brasil se apresenta entre as economias mais equilibradas e dinâmicas, acentuou-se o interesse externo no mercado brasileiro, de acordo com o Iedi. E o resultado disso tem sido a grande entrada de dólares no país, com valorizações expressivas das ações de empresas brasileiras e do real. O Iedi adverte, contudo, que o mesmo capital que hoje ingressa no país em larga escala pode fugir do mercado brasileiro caso reapareçam sinais de incertezas quanto à superação da instabilidade financeira internacional. Se isso ocorrer, segundo o insituto, o país corre o risco de mudanças no fluxo de capitais, com grande desvalorização dos preços de ativos domésticos. Mas, além da questão cambial, o Iedi ressaltou na nota que não se deve perder de vista também a necessidade de medidas que definam a competitividade sistêmica da economia. O instituto relaciona como maiores problemas a serem atacados: as taxas elevadas do crédito doméstico, a taxação excessiva e inadequadamente cobrada, o elevado encargo sobre a folha de salários, bem como a infraestrutura deficiente e cara. Na nota, a ONG também registra que faltam investimentos, em parte porque os gastos do governo com custeio "são muito elevados", e diz que a inovação empresarial está aquém do desejável.