Os funcionários da Caixa Econômica Federal, em greve desde 27 de setembro em Brasília, decidiram nesta quinta-feira pela manutenção da paralisação. Os bancários, que se reuniram das 17h às 18h40 hoje, não chegaram a um acordo com os patrões e rejeitaram proposta de aumento de 6,5% além de participação nos lucros para cada funcionário.
Os grevistas acreditam que a proposta ainda está abaixo do que merece a categoria e decidiram continuar ainda sem prazo para uma nova negociação com os patrões.
[SAIBAMAIS]"A greve foi mantida, com todo vigor e força", disse Enílson da Silva, diretor do Sindicato dos Bancários do DF. Segundo ele, há questões a serem tratadas pelos patrões que ainda inviabilizam um consenso com os trabalhadores. Ele explicou que os grevistas reivindicam isonomia no tratamento entre funcionários contratados a partir de 1998 e antes disso. "Os funcionários mais novos acabam sendo mais privilegiados que os antigos e é preciso que essa diferença de tratamento acabe", disse Enílson.
A categoria pede também o cumprimento da jornada de trabalho e a contratação de novos funcionários para dar conta da demanda crescente nas agências bancárias. "As agências estão vivendo um caos e nós precisamos de mais contratações", declarou.
Participação
Também a proposta de participação nos lucros - que varia de R$ 4 mil a R$ 10 mil segundo os patrões - foi rejeitada pelos grevistas, que a consideraram insuficiente diante da capacidade financeira da Caixa.
Assembleias
Uma nova assembleia foi marcada para esta sexta-feira a fim de votar pela continuidade ou não da greve. "Ainda não há uma contraproposta dos patrões, mas iremos nos reunir mesmo assim porque essa é a tradição dos bancários", disse Enílson.
Os funcionários da Caixa são os únicos bancários que permanecem em greve no DF. Após acordo com a Fenaban os bancários da rede privada, do Banco do Brasil e do Banco de Brasília (BRB) decidiram voltar ao trabalho após 15 dias parados.
Em outras cidades e estados, a greve dos funcionários da Caixa continua. Segundo Enílson da Silva estão de braços cruzados os trabalhadores de Florianópolis, Curitiba, São Paulo capital e ABC paulista. "Não soube de qualquer sindicato que tenha decidido pelo fim da greve. As assembleias continuam".