Jornal Correio Braziliense

Economia

Polícia Federal faz operação para desarticular quadrilha que fraudava INSS

A Polícia Federal (PF) em São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (15/10) em cinco municípios paulistas a Operação Zeppelin, para desarticular uma quadrilha que fraudava o sistema previdenciário para obter aposentadorias. Fazem parte do grupo quatro advogados, sete funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), um ex-funcionário do órgão, e mais 20 intermediadores. Os 250 policiais envolvidos na operação cumprem em Sorocaba, Itu, Salto de Pirapora, Araçoiaba da Serra e Porto Feliz 33 mandados de prisões temporárias e 43 de buscas e apreensão, expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba (SP). Segundo nota divulgada pela PF, as investigações começaram no final de junho do ano passado. Na ocasião, os policiais descobriram que quase 400 pessoas se beneficiaram do esquema montado pela organização criminosa. O grupo, de acordo com a PF, fraudava e corrompia funcionários do INSS, que aprovavam a aposentadoria em tempo recorde em troca de propina, que variava de R$ 1,5 mil a R$ 9 mil. Nos casos de fraude, um funcionário do INSS inseria dados falsos sobre vínculos empregatícios anteriores a 1994, quando o sistema ainda não era informatizado totalmente. Pelo serviço, o funcionário recebia aproximadamente R$ 3 mil. Os criminosos também procuravam os beneficiários que estavam com pagamentos atrasados para oferecer seus serviços, desde que recebessem 30% do total devido. Nestes casos, para não levantar suspeitas, a quadrilha fazia reclamações à Ouvidoria do INSS. De acordo com a nota, a PF estima que alguns funcionários chegaram a receber em torno de R$ 50 mil por mês.