Um único investidor possui mais de 90% do estanho negociado no London Metal Exchange (LME), uma situação legal para o regulador de mercado local, mas que aborrece os compradores diante de preços considerados elevados de forma artificial.
"Nossos informes apontam para uma posição dominante, com mais de 90% das reservas de estanho", admitiu o diretor de regulação do London Metal Exchange (o principal mercado mundial dos metais não-ferrosos), Diarmuid O'Hegarty, enfatizando, no entanto, que essa situação é perfeitamente legal segundo as regras.
O investidor em questão é a companhia Ebullio, um fundo especulativo londrino que se lançou em janeiro de 2008 nos investimentos em matérias-primas.
A atividade desse fundo explica em parte a firmeza atual dos preços do estanho, segundo o diretor de estudos do Instituto Internacional de Pesquisa do Estanho, um organismo londrino que representa os industriais do setor, Peter Kettle.
Os preços deste metal, que haviam caído no final de dezembro a US$ 9.700 por tonelada por causa da recessão econômica, recuperaram parte de seu valor no início do ano, ainda de continuarem longe do recorde de maio de 2008, de US$ 25.500.
Depois de cotar a US$ 16 mil no início de junho, atualmente gira em torno dos US$ 15 mil a tonelada.
As reservas de estanho nos depósitos do LME não deixaram de aumentar desde o início do ano, alcançando as 26 mil toneladas, seu nível mais alto desde março de 2003.
Segundo o analista Nicholas Snowdown, da Barclays Capital, essa cotação reflete uma antecipação da reativação da demanda nos países industrializados, assim como as dificuldades de extração do metal na China e na Indonésia, responsáveis por 75% da oferta.