A Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, quer ampliar seus investimentos no setor imobiliário nos próximos anos para cinco por cento do seu patrimônio, ante os pouco menos de três por cento, ou 3,4 bilhões de reais, atualmente.
O foco, no entanto, não serão companhias abertas, apesar do "boom" do setor na bolsa, mas edifícios comercias, shopping centers e galpões industriais, além de planos ainda incipientes em obras de infraestrutura voltados para a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, informou o diretor de participações da Previ, Joilson Ferreira.
[SAIBAMAIS]Em 2008, a carteira da Previ com o setor imobiliário teve rendimento de 21,6 por cento.
"Vamos olhar muito para Copa e Olimpíadas pela Invepar", disse Ferreira a jornalistas após o lançamento do código da Previ sobre governança corporativa do setor imobiliário.
A Invepar é um consórcio para investimentos nesse segmento formado pela Previ, com 50 por cento, e o restante dividido entre os fundos de pensão Petros (da Petrobras), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e a construtora OAS.
Ferreira explicou que a Previ não vai investir na construção de estádios de futebol, por exemplo, mas poderá participar dos edifícios comerciais que serão construídos junto a eles.
"A maior parte desses prédios que serão construídos (estádios, ginásios, hotéis) tem edificações comerciais acopladas, e é isso que nos interessa."
De acordo com Ferreira, os estádios e hotéis são menos atrativos para os fundos de pensão porque não possuem uma renda previsível, ao contrário dos aluguéis de lojas dos centros comercias
Recentemente, a entidade vendeu o Hotel Meridien, no Rio de Janeiro, e tentou sem sucesso se desfazer do complexo hoteleiro Costa do Sauípe, na Bahia. Segundo Ferreira, a solução foi implantar uma nova gestão em Sauípe e aguardar até o próximo ano o resultado da nova administração.
A Previ também planeja investir na expansão do Metrô do Rio, controlado pela entidade, obra que será feita em parceria com o governo do Estado e que pela vontade de Ferreira se estenderá até a Barra da Tijuca por baixo da terra. Um consórcio liderado pela Queiroz Galvão, no entanto, possui a concessão do trecho adquirido em leilão na década de 1990, apesar de nunca ter iniciado as obras.
"A Previ está preparada para investir e fazer o metrô via Invepar se o governo definir que o metrô vai até a Barra", disse o diretor.
O projeto vitorioso do Rio para as Olimpíadas prevê metrô subterrâneo até a Gávea e a ligação para a Barra, onde ocorrerá a maioria dos jogos, seria feita por Veículos Leves sobre Pneus (VLP).
"Se mudarem para VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) podemos até estudar, mas VLP não é nosso negócio", informou.
Ferreira disse, ainda, que existem planos de abrir o capital da Invepar, mas ainda não há nada concreto.