A equipe que formará o quadro de pessoal da Petro-sal, empresa que será criada para gerenciar a parte da União na partilha do petróleo da camada pré-sal, deverá incluir ex-funcionários aposentados da Petrobras. Essa foi a avaliação que o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, fez nesta terça-feira (6/10), em audiência pública na Câmara dos Deputados.
[SAIBAMAIS]Segundo ele, o Brasil tem poucos profissionais qualificados para o tipo de função que será exercida pela Petro-sal e, por isso, os aposentados devem ser chamados inicialmente. "Essa empresa é pequena - com pouco mais de 100 funcionários - que tem que convocar gente altamente especializada, que é um conjunto pequeno de pessoas no Brasil. Como não podem ser pessoas da ativa da Petrobras, nem podem ser das empresas privadas, eu imagino que o recrutamento inicial será entre os aposentados existentes na área e, ao longo do tempo, o mercado criará novos profissionais treinados", disse.
De acordo com Gabrielli, não há problemas éticos em convidar ex-funcionários da Petrobras para trabalhar na nova estatal - que terá, por exemplo, poder de veto sobre projetos da própria Petrobras e fiscalizará a parte que cabe à União no petróleo extraído por ela - porque eles não têm mais contrato com a estatal petrolífera. "Você não pode vetar um geofísico de exercer seus conhecimentos porque ele já foi funcionário da Petrobras", afirmou.
O presidente da Petrobras também comentou a divisão dos royalties do petróleo, que tem causado polêmica entre os estados produtores e os outros. Ele disse que a empresa pagará o que a lei mandar. Pessoalmente, contudo, Gabrielli afirmou concordar que o Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo fiquem com uma fatia maior dos royalties e participações. "Essa é uma discussão federativa que alguns estados, a meu ver como cidadão, de forma correta, querem participar mais na distribuição desses recursos. Mais do que a atual legislação concentra nos estados produtores", afirmou.