Jornal Correio Braziliense

Economia

Diretor da Petrobras diz que regime de partilha defende melhor os interesses da União

Em audiência da Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado, o diretor de Produção da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella, defendeu a adoção do regime de partilha como forma de assegurar um maior controle da exploração do petróleo da camada pré-sal. Ele explicou que o regime é adotado em vários países, principalmente em campos onde é baixo o risco de exploração. [SAIBAMAIS]Até hoje, a Petrobras atuou somente com o regime de concessão, mas o governo tomou a posição de adotar o sistema de partilha confiando na alta produtividade da área do pré-sal. "Estamos falando de poços com grandes volumes recuperáveis de óleo e gás por apresentarem rochas porosas e que já apresentaram elevada produtividade dos postos testados", enfatizou Estrella, ao citar como exemplo campos do norte do Espírito Santo e o campo de Tupi, localizado na Bacia de Santos. "São poços efetivamente muito produtivos", destacou. O diretor também defendeu a Petrobras como única operadora do pré-sal, com a participação de terceiros, e enfatizou a escassez crescente de petróleo no mundo. Ele citou um estudo da Agência Internacional de Energia sobre a situação mundial de consumo e produção de petróleo até 2030. "Os mais pessimistas indicam que teremos um consumo de 85 milhões a 90 milhões de barris, por dia, em 2030. Uma perspectiva média aposta em um consumo de 100 milhões de barris por dia. Mas há uma previsão de termos um consumo mundial de 110 milhões de barris a serem consumidos, por dia, em 2030. O dramático disso tudo é que, considerando os campos já descobertos hoje, eles dariam conta de apenas 30 milhões a 40 milhões de barris por dia. Isso significa que as empresas mundiais, sejam estatais ou privadas, precisam descobrir, até 2030, campos para produzir cerca de 60 milhões a 70 milhões de barris por dia", observou. "Certamente vários caminhos têm sido adotados para atender a essa demanda. Esse assunto certamente estará na ordem do dia nas discussões internacionais", explicou. No regime de partilha, a Petrobras fará parceria com empresas privadas para investimento nos poços. A escolha da empresa parceira dependerá do percentual do óleo-lucro [volume de óleo retirado e subtraído os custos com investimentos e de operação] oferecido à União. O percentual mínimo a ser ofertado é de 30%. "A empresa que oferecer maior percentual de óleo-lucro para a União vencerá a licitação", disse Estrella.