Jornal Correio Braziliense

Economia

Oferta de papéis do Tesouro rende US$ 1,275 bilhão aos cofres públicos

A captação feita nos mercados europeu, norte-americano e asiático pelo Tesouro Nacional rendeu aos cofres públicos de US$ 1,275 bilhão, sendo US$ 1,25 bilhão nos dois primeiros mercados e US$ 25 milhões somente na operação na Ásia. Os números foram divulgados na manhã desta quinta-feira (1/10) pelo Tesouro Nacional, que anunciou os resultados da oferta do papel Global 2041, com vencimento em 07 de janeiro de 2041. [SAIBAMAIS]A oferta teve operação similar a feita pelo Tesouro na reabertura do papel Global 2037, em que emitiu papéis nesses mercados com vencimentos em 2037 e juros (remuneração aos acionistas) na casa dos 6%. Tanto em uma oferta como na outra, o governo adotou medidas similares, de redução de juros e alongamento de prazos. "É um novo benchmarking (prática positiva de mercado) do Tesouro, até porque o último global (papel), de 30 anos, estava ficando velho", disse um operador do Tesouro. Limite Ele explicou que, em tese, o Tesouro pode emitir, até o fim do ano, US$ 2 bilhões, que é o montante em vencimento da dívida mobiliária externa. Mas que o valor pode ser superior, tendo em vista que o Tesouro poderá comprar dólares no mercado interno e saldar títulos da dívida mobiliária externa - operação de recompra. "É o que temos feito, e que reposiciona nosso benchmarking", disse o operador. Esta é a quarta vez que o Tesouro emite papéis no exterior somente neste ano, aproveitando-se do bom momento que vive a economia brasileira após ter recebido a chancela de grau de investimento pela terceira e última das agências de classificação de risco, a Moody's, em setembro. Governo Embalado pelo interesse cada vez maior dos investidores estrangeiros no país, o governo federal se surfa na onda de otimismo que se deu nos mercados emergentes, como o Brasil. "Queremos aproveitar o bom momento vivido pelo país, um dos primeiros a sair da crise e que acabou de ser contemplado com o grau de investimento", afirmou ontem o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele disse que essa é a hora de melhorar o perfil de vencimento da dívida externa brasileira, e que "em breve" o Brasil voltaria a emitir títulos no mercado, como o fez nesta quarta-feira. Fontes da área econômica dizem que o governo está de olho, principalmente, em investidores institucionais, como os fundos de pensão, que miram o longo prazo. "Vamos trabalhar com o critério que a gente sempre usa, de emissões qualitativas, que vão mirar prazos maiores e taxas menores", reforçou o secretário.