Pesquisa da KPMG no Brasil mostra que a movimentação de fusões e aquisições no país começa a ensaiar uma recuperação. O número de transações no terceiro trimestre do ano registrou uma alta de 21% em relação ao trimestre anterior. Foram 117 operações de julho a setembro, contra 97 de abril a junho. Este é, por enquanto, o melhor trimestre de 2009.
[SAIBAMAIS]A tendência de queda no número de transações vinha desde o último trimestre de 2008 por causa dos reflexos da crise no mercado de crédito e do ambiente de incerteza; sendo que no segundo trimestre deste ano atingiu o patamar mais baixo.
O resultado positivo dos últimos três meses está em linha com a diminuição das incertezas em relação ao cenário econômico mundial e também no Brasil refletindo, portanto, uma maior confiança na recuperação da economia. Do total de 117 negócios, 71 foram realizados por empresas brasileiras adquirindo outras brasileiras ou empresas estrangeiras (domésticas, CB2 e CB3). No sentido contrário, foram 46 transações de estrangeiros comprando companhias brasileiras (CB1, CB4 e CB5).
"A tendência é que a movimentação de F se intensifique ainda mais no fim do ano. Como o período médio para uma transação ser negociada varia entre cinco a oito meses, a expectativa é que os próximos três meses reflitam com mais força essa melhora do cenário e seja o melhor trimestre do ano. Além disso, o impacto dos recentes IPOs pode contribuir para este resultado, já que parte dessas aberturas de capital pode reverter-se em novos movimentos de consolidação via aquisições", afirma Luís Motta, sócio de Corporate Finance da KPMG no Brasil.
Porém, o executivo pondera que apesar da melhora, o acumulado do ano deve fechar abaixo das 663 F realizadas em 2008.
Os setores que registraram uma boa movimentação no trimestre foram o de Tecnologia da Informação, com 14 operações, e Alimentos, Bebidas e Fumo, com 13: que são indústrias que historicamente lideram o ranking. Os setores de Empresas Prestadoras de Serviços, com 10, de Construção Civil e de Equipamentos Eletrônicos, com oito transações cada, Seguros, com seis, e Telecomunicações & Mídia e o Químico & Farmacêutico, com cinco transações cada, também se destacaram.