O superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) do setor público atingiu R$ 5,042 bilhões em agosto. O resultado ficou bem acima da média verificada nos dois meses anteriores, de R$ 3 bilhões.
O saldo maior, no entanto, não impediu mais uma queda no superávit em 12 meses, quando comparado ao PIB. O indicador ficou em 1,59% do total de riquezas produzidas pelo país, praticamente na nova meta definida pelo governo de 1,56% do PIB. A forte queda do superávit em proporção do PIB vem causando desconforto entre os analistas e principalmente no Banco Central. Para a diretoia do BC, o excesso de gastos do governo vai provocar mais inflação em 2010 e 2011, obrigando o Comitê de Política Monetária (Copom) a aumentar a taxa básica de juros (Selic).
Com o superávit menor, a relação entre a dívida pública e o PIB ficou estável entre julho e agosto, cravando em 44%. Os gastos com juros em agosto somaram R$ 13,2 bilhões. Com isso, o rombo final nas contas públicas no mês passado, o chamado déficit nominal, somou R$ 8,1 bilhões.