O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (29/9) que, passado um ano da deflagração da crise financeira internacional, os bancos de porte médio "já estão tendo a sua condição de captação [de recursos] absolutamente, normalizada". Isso levou o Banco Central a rever as normas em torno do depósito compulsório (parcela obrigatória que os bancos têm de recolher junto ao BC), explicou Meirelles.
[SAIBAMAIS]Ele ressaltou, no entanto, que as mudanças "terão efeito neutro sobre o mercado".
As novas regras, que entram em vigor nesta qyarta (30/9) e valem até 31 de março do ano que vem, incluem a redução da alíquota do compulsório sobre os depósitos a prazo de 15% para 13,5% e a limitação da possibilidade de abate sobre o recolhimento junto ao BC. Ou seja, os bancos só poderão abater do total a ser depositado os ativos comprados de bancos com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões ante R$ 7 bilhões.
"Uma diminuição compensa a outra", ponderou Meirelles, ao anunciar que não vê no cenário atual da economia brasileira e mesmo mundial a necessidade de novas alterações nos próximos seis meses. Ele deu as informações ao participar, em São Paulo, do seminário O Brasil Saindo da Crise, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
De acordo com Meirelles, ainda que houvesse, até o fim deste ano, uma paralisia da situação de liquidez em nível internacional, o Brasil teria condições de manter o equilíbrio da oferta de crédito no país. Ele informou que para contornar os efeitos da crise o Banco Central injetou R$ 100 bilhões dos quais R$ 42 bilhões destinados os bancos de pequeno e médio porte.