Jornal Correio Braziliense

Economia

59 milhões de cartas atrasadas

Com o fim da greve nas principais regiões postais do país, a expectativa da direção dos Correios é de que o fluxo de correspondências seja restabelecido em uma semana e, até segunda-feira, todos os estados suspendam a paralisação

Pressionados por colegas de outros estados ; que ao longo da semana decidiram suspender a paralisação iniciada no dia 16 ;, os funcionários dos Correios no Distrito Federal anunciaram ontem que voltarão ao trabalho a partir de hoje. Em uma assembleia marcada por discursos duros e muitas críticas contra o comando nacional de greve, os empregados da estatal no DF votaram pelo fim do movimento. Ao reassumir seus postos, os grevistas terão trabalho extra pela frente: por causa do protesto, 1 milhão de correspondências estão represadas em Brasília. A previsão é que em uma semana o fluxo postal seja restabelecido e as pessoas que deixaram de receber contas e encomendas em casa comecem a recebê-las já a partir deste fim de semana. Boa parte do material que deveria ter sido entregue aguarda para ser despachada no Centro de Triagem de Cartas dos Correios, que fica no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). O processo de separação e organização das cartas é minucioso, mas tende a ser cumprido sem problemas. O balanço final, de acordo com o último levantamento divulgado pelos Correios, indica que 341,6 mil encomendas e 59,5 milhões de correspondências estão em atraso no país. Para colocar esse estoque em dia, alguns estados terão turnos de trabalho diferenciados, inclusive aos fins de semana. Além do DF, funcionários dos Correios de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Juiz de Fora (MG), Santa Maria (RS), São Paulo, Bauru, Ribeirão Preto e Santos (SP), Rondônia, Pará e Acre, entre outros, optaram por voltar ao trabalho. A expectativa da direção dos Correios é que até segunda-feira todos os estados tenham suspendido a greve. Nas principais regiões postais do Brasil, os sindicatos votaram e aprovaram a proposta encaminhada pela estatal, que prevê reajuste de 9% e a atualização do tíquete-alimentação. Em 2010, conforme esse acordo, não haverá aumento salarial. O modelo bianual foi formalizado antes mesmo do início da paralisação, mas os funcionários o recusaram sistematicamente. Com a intervenção do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que apresentou uma proposta financeira de apenas um ano, os grevistas ficaram sem alternativa e tiveram de ceder. Histórico O enfraquecimento político da greve dos Correios começou na semana passada, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de ;covardes; as lideranças sindicais que, segundo ele, tumultuaram as negociações e acabaram contribuindo para o agravamento do impasse. Em seguida, os Correios anunciaram que cortariam o ponto de quem cruzasse os braços. A estratégia surtiu efeito, e estados como Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso, foram os primeiros a abandonar a greve nacional. O número Balanço 1 milhão Total de correspondências em atraso no DF