A classe C tem se tornado cada vez mais determinante no país. Hoje, ela representa 51,7% da população brasileira e concentra 45,75% da renda, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Detentora da maior parcela da renda no Brasil, foi importante para não agravar os sintomas da crise financeira inciada em setembro do ano passado e, numéricamente, tem capacidade para eleger um presidente da república.
Apesar do país ainda ser na maioria de pessoas pobres e dos programas de transferências de renda terem aumentado de volume. O bolsa família e outros benefícios do governo não tornaram a população dependente. Apenas 2,5% da renda dos brasileiros é orinuda desses recursos. "Houve uma grande expansão dos programas de distribuição de renda, mas não mais do que a renda do trabalho. O que a pesquisa mostra é que o brasileiro não está se tornando mais uma cigarra", disse o pesquisador responsável pelo levantamento, Marcelo Neri, em referência ao conto da formiga e da cigarra ; na qual o primeiro animal é trabalhador e sabe poupar e o segundo é preguiçoso e não gosta de trabalho.
Em 1992, a classe C era um terço da população, 17 anos depois ela se tornou maioria dentre os brasileiros e, segundo especialistas, não foi somente a classe AB que encolheu ; houve uma tranferência intensa de patamar, de baixo, para cima. A parte baixa da pirâmide social (classes D e E) diminui, essas pessas migraram para o meio, para a classe C. "Entre 2003 e 2008 foi um período de ouro, 32 milhões de migraram para as classes A, B e C. Isso é metade da população da França. Nesse período, 19,3 milhões de pessoas sairam da pobreza" relata Marcelo Neri.
Distrito Federal
Mesmo com a melhora gradual na desigualdade nos últimos anos, a concentração de renda no país ainda não chegou a níveis civilizados, como afirmam alguns pesquisadores. O estudo da FGV mostra que Brasília lidera o ranking de unidades da federação no quesito concetração de renda e desigualdade. Apesar disso, tem a maior renda domiciliar per capta, R$ 1207,36 ; valor 49,1% superior ao segundo colocado, São Paulo, que registrou R$ 809,59. A diferença entre Brasília e o estado com menor renda, o Maranhão, é enorme, chega a 317%.