Jornal Correio Braziliense

Economia

Repasse de última parcela de empréstimo para BNDES eleva dívida pública em 3,63%

A dívida pública federal mobiliária (títulos do governo em poder do mercado) cresceu 3,63% em agosto, passando para R$ 1.509 trilhão ante 1.457 trilhão em julho. Esses números não levam em conta a variação da inflação do período (termos nominais).

A dívida pública mobiliária interna (papéis ofertados no mercado interno) cresceu 3,79% em agosto em comparação com o mês anterior. O total da dívida interna em agosto foi de R$ 108,97 bilhões, sendo R$ 84,54 bilhões referentes à dívida mobiliária, e R$ 24,43 bilhões à dívida contratual.

A dívida pública federal cresceu devido às emissões do governo para recompor o caixa com a queda da arrecadação de impostos, devido aos programas de política anticíclica adotados pelo governo para conter a crise. Neste ano, o governo espera gastar R$ 14 bilhões com programas de desoneração tributária, como as deduções de Impostos sobre Produtos Industrializados para automóveis (IPI), linha branca de eletrodoméstico, materiais de construção e bens de capital (máquinas e peças).

Em nota, a Secretaria do Tesouro Nacional explicou que o aumento da dívida pública se deveu à emissão líquida ocorrida no período (emissão de dívida) e da desvalorização do real frente às demais moedas que compõem a Dívida Pública Federal.

No mês de agosto, as emissões da dívida corresponderam a R$ 66,06 bilhões, enquanto os resgastes (papéis que tiveram vencimentos no período) alcançaram R$ 25,53 bilhões. Metade da dívida emitida pelo governo para custear despesas com a máquina se deveu à emissão de papéis para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de R$ 33 bilhões. Esse valor correspondeu à última parcela do empréstimo feito pelo Tesouro Nacional, num total de R$ 100 bilhões, que serviu para dar liquidez ao mercado.