A distribuição dos empregados por faixa de salário nas empresas e outras organizações ativas no Brasil, em 2007, revela que 36% dos assalariados ganhavam até dois salários mínimos. O levantamento mostra ainda que 20,5% recebiam entre 2,1 e três salários, 27,3%, de 3,1 a quatro, e apenas 16,2% ganhavam acima de quatro salários. Há dois anos, existiam no Brasil 36,7 milhões de assalariados.
;Isso tem relação com a atividade econômica que as pessoas exercem;, esclareceu a economista Denise Guichard, gerente de análise do estudo Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2007 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira (23/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Cempre mostra que algumas atividades, como bancos de investimento e de desenvolvimento, são as que pagam mais ; 32,9 e 25,9 salários mínimos por mês, respectivamente, seguidas do setor de petróleo, com destaque para fabricação de produtos de refino (25 salários mínimos).
[SAIBAMAIS]Na administração pública, os destaques em termos de pagamento de salários foram as atividades de relações exteriores (28,6 salários mínimos mensais) e justiça (16,5 mínimos).
;Há uma grande diferença salarial no país;, confirmou Denise. Você tem muitas atividades com pessoas concentradas ganhando pouco e tem outras atividades, por outro lado, que pagam muito bem. Mas, só 16,3% conseguem receber acima de quatro salários.;
O cadastro mostra também o grau de concentração populacional, em 2007, em capitais como Boa Vista, onde o pessoal ocupado assalariado tinha participação de 92,1% na economia local, enquanto em Florianópolis (SC), a participação do pessoal ocupado era de apenas 14,1%.
A nova classificação econômica é uma das novidades introduzidas pela pesquisa Cempre do IBGE, segundo a economista Denise Guichard. É a primeira divulgação do IBGE nessa nova versão da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), usada pelo sistema estatístico oficial. Até o ano passado, o cadastro era divulgado pelo IBGE em outros níveis de detalhamento e classificação.
;A gente tem, agora, um novo recorte também do que considera empresas ativas, que está mais próximo da realidade. A gente fez um ajuste para poder melhorar esse quantitativo;, afirmou Denise.
Na nova classificação, o instituto inseriu, por exemplo, a seção de informação e comunicação, que não existia até edição anterior do estudo. ;Você tem, também, o detalhamento de atividades profissionais, científicas e técnicas, principalmente na parte de serviços, que não tinha até o ano passado.;