O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, avisou nesta sexta-feira que a persistência do desemprego, apesar da volta do crescimento, vai provocar insatisfação nas opiniões públicas e até constituir "um risco" para algumas democracias.
"Os problemas acontecem quando os governos dizem à opinião que as coisas estão melhorando enquanto as pessoas perdem seus empregos", comentou o francês em entrevista à revista interna do FMI.
[SAIBAMAIS]"Para alguém que vai perder seu emprego em outubro, a crise não acabou. E isso constitui um alto risco", prosseguiu.
"Isso também pode, em alguns países, se tornar um risco para a democracia. Não é fácil administrar esta transição, e ela não será simples para as milhões de pessoas que ainda estarão desempregadas no próximo ano", afirmou o dirigente do FMI.
O Fundo já avisou que a situação do emprego vai continuar se degradando no mundo, apesar da volta do crescimento.
"Nossa previsão é que a recuperação mundial se dê no primeiro semestre de 2010. Levando em conta os bons números foram publicados nos últimos meses, esta recuperação pode até acontecer um pouco antes", observou Strauss-Kahn.
"No entanto, a economia mundial somente se restabelecerá quando o desemprego cair", finalizou.