A manutenção da taxa básica de juros em 8,75% ao ano ;é inaceitável;, de acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou a interrupção do processo de flexibilização da Selic, ele criticou a decisão, que considera equivocada.
O presidente da CNI diz que a nota do Copom dá a entender que a crise foi superada, mas ;essa crença não condiz com a realidade;, segundo ele, porque a indústria ainda sofre os efeitos recessivos que a crise provocou. Lembrou que, ;apesar dos sinais de recuperação serem claros, a completa superação da crise ainda está distante;.
[SAIBAMAIS]Indicadores industriais da CNI mostram que o número de empregos no setor caiu pelo oitavo mês seguido em junho, e o nível de utilização da capacidade instalada do parque fabril brasileiro ;está muito abaixo do registrado antes da crise;, que se deteriorou a partir de setembro do ano passado.
Monteiro argumentou também que inexistem pressões inflacionárias. ;Não há, portanto, justificativa para não prosseguir com os cortes dos juros. As taxas brasileiras permanecem muito acima das internacionais, o que contribui para a valorização do real diante do dólar e retarda o processo de recuperação da atividade industrial.;
De acordo com ele, os cortes feitos nas reuniões anteriores do Copom (de 13,75%, em janeiro, para os atuais 8,75%) foram positivos, mas insuficientes para a indústria retomar o ritmo de crescimento do primeiro semestre de 2008. Por isso, novos projetos de investimento estão travados e a expansão da capacidade produtiva só será retomada com uma taxa substancialmente menor que a atual.
Enquanto isso não vem, ele diz que ;a decisão do Copom contribui para que a recuperação seja vagarosa, o que traz enormes prejuízos para a produção e o emprego do país;.