O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 8,75%. A reunião do colegiado terminou no início da noite desta quarta-feira (2/9).
A decisão interrompe a sequência de quedas da Selic, que há cinco reuniões seguidas vinha sofrendo reduções. O percentual foi apontado pela maioria dos analistas financeiros ouvidos pela boletim Focus do BC, que, semanalmente, pesquisa a expectativa do mercado em relação aos parâmetros econômicos.
[SAIBAMAIS]A nota distribuída pelo Copom diz que "tendo em vista as perspectivas para a inflação em relação à trajetória de metas", o colegiado decidiu manter a taxa, sem viés, ou seja, sem possibilidade de mudar antes da próxima reunião, e por unanimidade. E acrescenta que "levando em conta, por um lado, a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro e, por outro, a margem de ociosidade dos fatores produtivos, entre outros fatores, o comitê avalia que esse patamar de táxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno".
O Copom também afirma que o cenário favorável contribui para "assegurar a manutenção da inflação na trajetória de metas ao longo do horizonte relevante e para a recuperação não inflacionária da atividade econômica".
Com a decisão de hoje, o Copom interrompe a flexibilização da política monetária pelos próximos 45 dias e, só na reunião agendada para os dias 20 e 21 de outubro, reavaliará a possibilidade de revisão da taxa, para mais ou para menos, dependendo do contexto macroeconômico mundial.
O Brasil permanece em quarto lugar no ranking mundial de juros reais, considerando-se a expectativa de inflação para os próximos 12 meses. Descontada a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Brasil fica com juros reais de 4,5% ao ano. Os três países que encabeçam a lista são a China (7,2%), a Tailândia (5,9%) e a Argentina (4,7%), de acordo com levantamento da consultoria UpTrend.
Em se tratando de taxa nominal, os 8,75% do Brasil também ficam em quarto, atrás da Venezuela (16,7%), da Rússia (10,8%) e da Argentina (10,5%).