O Brasil vai receber US$ 3,933 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Direitos Especiais de Saque (DES), que funcionam como "direito de saque futuro, em caso de necessidade", conforme revelou o diretor de Liquidações e Controle de Operações de Crédito Rural do Banco Central (BC), Antonio Gustavo Matos do Vale.
Do total anunciado, US$ 3,5 bilhões serão incorporados às reservas internacionais brasileiras na próxima sexta-feira (28/8) e no dia 9 de setembro serão repassados os US$ 433,4 milhões restantes para reforçar as reservas no conceito de liquidez internacional, que nesta terça-feira (25/8) fecharam em US$ 214,904 bilhões.
[SAIBAMAIS]A diretora de Assuntos Internacionais do BC, Celina Berardinelli Arraes, acrescentou que o aporte do FMI é decorrente da aprovação do 9º Período Básico de Alocação de DES e da entrada em vigor da 4ª emenda do estatuto do fundo, no início deste mês.
Acordada no âmbito do G20 (grupo das maiores economias do mundo), a alocação relativa ao período básico resultou em aporte excepcional de US$ 250 bilhões (equivalentes a 161,5 bilhões de DES, cada um no valor de US$ 1,560741) aos países membros do FMI, de acordo com Celina.
Ela acrescentou que o objetivo da alocação "é no sentido de constituir um colchão de liquidez para ajudar os integrantes do organismo a melhor enfrentar a crise financeira internacional". Os DES, segundo explicou, são "ativos de reserva", criados pelo FMI com a finalidade de gerar liquidez.
A diretora do BC afirmou, ainda, que no âmbito de suas obrigações como participantes do FMI, os países com situação externa considerada "robusta e sustentável" pelo fundo podem ser chamados a dar liquidez aos DES dos países mais necessitados.