O nível educacional do servidor melhorou porque apesar do aumento da oferta global de vagas que exigem apenas nível médio, a ampliação da rede de escolas técnicas e a criação de novas universidades federais turbinaram as estatísticas de admissão de mão de obra superqualificada. O reforço em áreas estratégicas como Receita Federal, Banco Central, advocacia pública e agências reguladoras também contribuiu para que o Estado confirmasse o salto.
Em seu primeiro ano de governo, Luiz Inácio Lula da Silva assumiu com um contingente de 457.338 servidores. Desses, 375 (0,1%) informaram ao Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) ser analfabetos, outros 38.996 (8,5%) declararam ter o primeiro grau. Ainda em 2003, 196.414 pessoas (42,9%) disseram ter concluído a faculdade, enquanto que 18.013 (3,9%) e 21.421 (4,7%) se submeteram a cursos de mestrado e doutorado, respectivamente.
Neste ano de 2009, o perfil do servidor mudou. Os dados oficiais disponíveis para consulta na internet indicam redução no universo de pessoas com escolaridade precária e aumento no total de servidores com alguma formação acadêmica. O número de analfabetos, por exemplo, caiu para 131, assim como os que cumpriram apenas o primeiro grau (34.207 ou 6,3%). Os doutores são 36.921 (6,8%) e os mestres, 21.666 (4%). O total de servidores federais chega a 542.843 pessoas.
Bons serviços
Ainda que a formação do servidor tenha avançado, na média, em tão pouco tempo, os especialistas em gestão pública advertem que não basta saber: o profissional precisa colocar em prática o que aprendeu no banco da escola e ser cobrado a fazer isso. ;A contrapartida vai depender muito da motivação do funcionário. Conhecimento não é competência. Só o conhecimento aplicado é competência;, explica Jorge Pinho, professor do departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB). Na avaliação dele, a sociedade se apropria muito pouco dessa evolução qualitativa do quadro de servidores. ;As carreiras de fiscalização e controle são as mais bem aquinhoadas. A sociedade, realmente, vai ficar com uma beiradinha muito pequena desse processo;, completa Pinho.