Jornal Correio Braziliense

Economia

Transpetro recebe em 2010 os primeiros quatro navios de programa de modernização de frota

A partir de 2010, a Transpetro - subsidiária da Petrobras para a área de logística - começará a receber os primeiros quatro petroleiros de um total de 49 embarcações que serão adquiridas por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). De acordo com o presidente da empresa, Sérgio Machado, o primeiro dos quatro navios será entregue em janeiro. Três deles terão capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo. O Promef é baseado em três pilares: que os petroleiros encomendados pela Transpetro sejam construídos no Brasil, que tenham 70% de nacionalização e que, após a chamada "curva de aprendizado" a indústria naval brasileira venha a ter competitividade em nível mundial. Na avaliação do presidente da Transpetro, o programa vai ajudar a indústria naval brasileira e irá gerar emprego e renda para a população do país. "Com o Promef, e o consequente crescimento da indústria naval brasileira, o país está enfrentando o desafio de mudar a sua matriz de transporte, hoje muito concentrada no modal rodoviária, com mais de 60% de participação. Isto faz com o nosso custo de logística represente quase 16% do PIB [Produto Interno Bruto], contra 8% dos Estados Unidos, por exemplo", disse Machado. O Programa de Modernização da Frota envolve em sua primeira fase a construção de 26 navios. Entre as embarcações que já foram solicitadas, 15 serão entregues pelo Estaleiro Atlântico Sul (PE) e quatro pelo Estaleiro Eisa (RJ). O investimento total previsto nesta fase é de cerca de US$ 2,5 bilhões, com geração de 22 mil empregos diretos. O financiamento do programa é garantido pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM), operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Sérgio Machado lembra que a entrega do último navio de grande no país ocorreu há 20 anos %u2013 o Livramento em 1996. "Enquanto o mundo deslanchava, com a Coréia passando a ser o primeiro fabricante de navio do mundo, o Brasil estagnava. Embora tivéssemos dois componentes importantes: aço e a mão de obra. A solução era investir em novos estaleiros e na modernização para dar produtividade à indústria nacional."