Os aspirantes a procurador do Banco Central terão um grande desafio no fim da próxima semana. Nada menos que 379 candidatos disputam cada uma das 20 vagas oferecidas pela instituição. Em 30 de agosto, os 7.593 inscritos farão provas objetivas, a primeira fase na busca por uma remuneração inicial de R$ 14.549,53. As oportunidades estão distribuídas por Brasília (12), Rio de Janeiro (três), São Paulo (duas), Rio Grande do Sul (uma) e Paraná (duas).
[SAIBAMAIS]Quando forem nomeados e empossados, os servidores poderão escolher onde trabalhar, de acordo com a disponibilidade de vaga e a ordem de classificação. A seleção tem validade por um ano, a partir da homologação do resultado final, mas pode ser prorrogada caso o Banco Central queira. Durante esse período, se houver vaga, outros candidatos classificados poderão ser chamados. A demanda não é muito diferente da registrada no concurso anterior, em 2005. Na ocasião, 7.944 candidatos se inscreveram para as 32 vagas, ou seja, 248,3 por vaga.
O cargo é exclusivo aos graduados em direito com inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Atualmente, há 176 procuradores trabalhando nas nove regionais em todo o país e na sede, em Brasília. Para ampliar o quadro, o Projeto de Lei n; 3.945 de 2008, de autoria do Poder Executivo, propõe a criação de 100 postos. O documento anda a passos lentos na Câmara dos Deputados: foi aprovado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e aguarda parecer das comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça.
Trajetória
Para conquistar o lugar no quadro de procurador do BC, o candidato vai passar por uma bateria de avaliações: provas objetivas, discursivas e oral, sindicância de vida pregressa, análise de títulos e curso de formação. A etapa de 30 de agosto é a primeira, quando todos os inscritos terão cinco horas para responder a 100 questões de conhecimento profundo de direito. Só farão as provas discursivas os 300 mais bem classificados.
O edital de abertura não informa a data das avaliações discursivas, mas detalha como será o exame: será preciso redigir um parecer, uma peça jurídica, uma dissertação e responder a nove perguntas. As duas etapas serão realizadas em Brasília, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Os 152 donos das melhores notas - somados os pontos das provas objetivas e discursivas - seguem para Brasília para fazer a prova oral. Os 100 pontos dessa fase do concurso vão depender do domínio do conhecimento jurídico, da articulação do raciocínio e da capacidade de argumentação e do emprego adequado da linguagem de cada um dos candidatos. A apresentação dos títulos - que é só classificatória - é o último passo antes do curso de formação e pode acrescentar até 30 pontos no resultado final.
O funil definitivo será no curso de formação, realizado em até 100 horas, em Brasília. Só os 57 mais bem colocados farão parte dessa etapa. As atividades exigem dedicação integral e, durante as aulas, haverá ajuda financeira- que não foi definida no edital de abertura. É exigida frequência mínima de 85% e nota final superior a 50% para ser considerado aprovado.