O dólar comercial fechou nesta segunda-feira (17/8) com uma alta de quase 1%, influenciada pelo mau humor dos investidores em todo o mundo. O pessimismo atinge inclusive a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que apresenta recuo de mais de 2%.
A moeda americana encerrou o dia com alta de 0,86%, vendida a R$ 1,869. Já o dólar turismo subiu 1,02% nas casas de câmbio paulistas, fechando a R$ 1,98 para a venda.
[SAIBAMAIS]Já o Índice Bovespa (Ibovespa, o principal indicador da Bolsa paulista) recuava 2,57%, aos 55.182 pontos, às 16h35 (em Brasília). O giro financeiro era de R$ 6,887 bilhões, bem acima da média diária deste ano (cerca de R$ 5,2 bilhões), inflado pelo vencimento do exercício do mercado de opções, que movimentou R$ 2,75 bilhões.
O mercado inicia a semana preocupado com o risco de a recuperação econômica global não estar tão próxima quanto se imaginava, o que leva à retração nos mercados acionários.
Por essa razão, as principais Bolsas asiáticas e europeias fecharam hoje em queda, enquanto as americanas apresentam fortes recuos. Em Wall Street, o índice Dow Jones perde 1,83%, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite tem baixa de 2,63%.
Após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter dito que a queda do desempenho da economia daquele país estava "se nivelando" --o que corroborava com as previsões do mercado--, o índice de confiança do consumidor americano divulgado na sexta-feira deu um balde de água fria nos investidores.
Como há dúvidas sobre o ritmo da recuperação, o mercado deve seguir ainda mais atento aos dados macroeconômicos que serão divulgados nos próximos dias. Notícias ruins podem levar as Bolsas em todo o mundo a um movimento de correção após as fortes altas nos últimos meses.
Hoje, o destaque entre os dados macroeconômicos nos EUA é o índice de confiança do mercado de habitação, medido pela Nahb (Associação Nacional de Construtores de Casas, na sigla em inglês). O índice atingiu 18 pontos em julho --três a mais do que em junho, mas ainda muito longe dos 50 pontos que separam o otimismo do pessimismo.
Outro dado que saiu hoje, o de atividade industrial do Estado de Nova York, foi positivo: o índice Empire State, apurado pelo Federal Reserve de Nova York, ficou em 12,1 pontos neste mês, maior nível desde novembro de 2007.
Focus
No Brasil, os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus, divulgada hoje, reduziram novamente a previsão para os principais indicadores de inflação em 2009.
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como meta para o BC, passou de 4,40% para 4,37%. É a terceira semana seguida de queda.
A pesquisa mostra também uma melhora na previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) para este ano --passou de -0,35% para -0,34%.
Entre as ações listadas no Ibovespa as maiores altas são das preferenciais classe A da Braskem (5,74%), das preferenciais da Duratex (3,39%) e das ordinárias da Natura (1,60%). Já as maiores baixas são das ordinárias da Rossi Residencial (-6,13%), das ordinárias da Usiminas (-5,51%) e das ordinárias da VCP (-4,29%).