A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, advertiu nesta segunda-feira contra o ressurgimento da "arrogância" dos banqueiros, ao mesmo tempo em que lembrou a necessidade de novas regras no sistema financeiro internacional.
Os sintomas de melhora da economia internacional são apenas alguns "focos de esperança", perante os quais não se deve reagir com uma "euforia prematura", afirmou Merkel, em discurso feito nesta segunda-feira (17/8) sobre as soluções para a crise financeira global.
[SAIBAMAIS]O objetivo continua sendo ter regras internacionais capazes de fazer frente ao "potencial extorsionário" de certos atores dos mercados, disse a chanceler, que expressou sua preocupação com o "ressurgimento da velha arrogância" do setor bancário.
Merkel insistiu, nos últimos dias, em que a crise não pode ser dada por superada, e disse que é prematuro agora tentar prever quando ocorrerá a saída real dessa situação.
"Não seria sério apostar em uma data concreta", afirmou a chanceler, em entrevista à revista "Focus", acrescentando que a economia alemã precisará, "certamente, da maior parte da próxima legislatura" para se recuperar das consequências da recessão mundial.
O governo alemão recebeu com cautela as demonstrações de recuperação econômica vistas na sexta-feira, quando o foi apresentado o desempenho da economia do país no trimestre passado --que apontou um crescimento de 0,3%, primeiro avanço desde o primeiro trimestre de 2008.
Em relação ao segundo trimestre de 2008, no entanto, o desempenho ainda é negativo: nessa comparação, o PIB recuou 7,1%. O leve crescimento durante o segundo trimestre se deveu fundamentalmente aos impulsos registrados no consumo interno e nos investimentos públicas.