Jornal Correio Braziliense

Economia

Volkswagen e Porsche aprovam plano para liderar mercado

As montadoras alemãs Volkswagen e Porsche anunciaram nesta quinta-feira que aprovaram um plano de fusão por etapas dos dois grupos, para conquistar a liderança do setor automobilístico até 2018. Em uma primeira etapa, a Volkswagen ampliará para 42% sua participação no capital da Porsche até o fim deste ano, através de uma injeção de capital de 3,3 bilhões de euros. No fim do processo, a Porsche se tornará a décima marca do grupo Volkswagen. Um aumento de capital na Volkswagen ocorrerá no primeiro semestre de 2010, com o grupo emitindo novas ações preferenciais. Além disso, um aumento de capital da Porsche seguirá "provavelmente no primeiro semestre de 2011", por meio da emissão de ações ordinárias e preferenciais. Os comunicados das duas montadoras destacam que a Porsche seguirá sendo uma "marca independente" e manterá sua sede histórica perto de Stuttgart, no sudoeste da Alemanha. No entanto, ela será a décima marca do grupo Volkswagen, número um na Europa e que busca desbancar a japonesa Toyota da liderança mundial do setor. O CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, foi nomeado para a presidência da Porsche, e continuará à frente da Volkswagen, no cargo que ocupa desde 2007, destacou a Porsche no comunicado. Além disso, o diretor financeiro da Volkswagen, Hans Dieter Pötsch, assumirá o mesmo cargo na Porsche. No fim do processo, a Porsche se tornará a décima marca do grupo Volkswagen e o novo grupo terá 380 mil funcionários, em todo o mundo. A Volkswagen tem agora, "mais do que nunca, tudo o que precisa para se tornar o número um da indústria do automóvel", declarou Winterkorn. A principal montadora alemã, que registrou lucro líquido no segundo trimestre, apesar da queda na demanda de veículos devido à crise econômica mundial, planeja se tornar o primeiro fabricante de autos do mundo até 2018. Detalhes do plano serão apresentados nas próximas semanas, informou a Volkswagen. O peso dos principais acionistas do novo grupo (as famílias Porsche e Piech e a região da Baixa Saxônia) não foi revelado até o momento. O Qatar poderá participar do grupo com 17%, comprando opções da Volkswagen no momento em poder da Porsche. Desta forma, o emirado entraria diretamente no capital da Porsche. A Porsche tentava, há alguns anos, assumir o controle da Wolkswagen por meio da compra progressiva de ações, mas seu crescente endividamento, de mais de 9 bilhões de euros, assim como a crise financeira e a queda do volume de negócios, inviabilizaram a transação.