O dólar comercial encerrou o dia em queda, refletindo o bom humor nos mercados globais nesta quarta-feira (12/8) após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter mantido a taxa básica de juros do país em uma banda entre zero e 0,25% ao ano. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se aproveita deste movimento e sobe mais de 1%.
[SAIBAMAIS]A moeda americana encerrou o dia com recuo de 0,37%, vendido a R$ 1,836. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo recuou 0,51%, para R$ 1,95. O Banco Central atuou no início da tarde no mercado cambial, comprando dólares com uma taxa de corte de R$ 1,8329.
Já o Índice Bovespa (Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista) avançava 1,65%, aos 56.682 pontos, às 16h39 (em Brasília). O giro financeiro era de R$ 4,997 bilhões, com cerca de 396 mil negócios realizados.
O Fed manteve, pela quinta reunião consecutiva, sua taxa de juros em uma margem de variação de zero a 0,25% ao ano. A expectativa é de que o banco só volte a mexer na taxa em algum momento em 2010, segundo pesquisa realizada pelo diário americano "The Wall Street Journal" e divulgada hoje.
No comunicado divulgado após o anúncio da decisão sobre juros, o Fed informou que o programa de US$ 300 bilhões para compra de Treasuries (títulos do Tesouro americano) será encerrado em outubro deste ano --um mês além do planejado. Na avaliação do banco, o ritmo da contração da economia americana está "se nivelando".
Desde a reunião anterior do Fed, a economia americana apresentou diversos sinais de que a recuperação da economia está a caminho e pode mesmo sair da recessão no atual trimestre - o país está em recessão desde dezembro de 2007.
Essa sensação de que a economia americana estava saindo da pior fase da crise é o principal combustível para as fortes recuperações nos principais mercados bursáteis --inclusive na Bovespa, onde o Ibovespa experimenta hoje a oitava alta nos últimos dez dias negócios.
No Brasil, o destaque fica para o resultados de algumas grandes empresas. A BM Bovespa registrou um lucro líquido de R$ 188,1 milhões no seguindo trimestre deste ano, resultado 13,9% superior ao lucro líquido pró-forma do mesmo período de 2008. Já a Braskem, maior petroquímica da América Latina, anunciou nesta quarta-feira que encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 1,15 bilhão, sensivelmente maior que os R$ 404 milhões obtidos um ano antes.
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores altas são das preferenciais da Gol (11,26%), das ordinárias da Rossi Residencial (5,7%) e das preferenciais da TAM (4,32%). Já as maiores baixas são das preferenciais classe B da Braskem (-3,61%), das ordinárias da Sabesp (-3,34%) e das ordinárias da Cosan (-2,61%).