A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou negócios em baixa nesta terça-feira, aproveitando a tensão antes da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - que define a nova taxa de juros do país - para realizar os lucros obtidos nas últimas sessões. Já o dólar comercial encerrou o dia em leve queda.
[SAIBAMAIS]O Índice Bovespa (Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista) recuou 1,92%, para 55.906 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,703 bilhões, superior à media diária deste ano (cerca de R$ 5 bilhões), com cerca de 362 mil negócios realizados. A moeda americana, por sua vez, recuou 0,37%, vendida a R$ 1,843.
O mercado aproveitou o dia para realizar lucros, já que o Ibovespa apresentou alta em sete dos últimos oito pregões, acumulando neste período um ganho de 5,76%. "Os investidores finalmente conseguiram realizar lucros, já que tentaram por alguns dias e não conseguiram", disse Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria.
O principal pretexto usado pelos investidores para poder vender suas posições é a reunião do Fed (Federal Reserve, o BC americano), que começou hoje e termina amanhã, que define a nova taxa de juros daquele país.
"Não se espera que o Fed altere a taxa de juros, mas sempre há um nervosismo antes das reuniões", disse Alessandra. "A reunião será mais importante para saber como que o Fed está vendo a atividade econômica nas últimas semanas." Os dados macroeconômicos ao longo dos últimos meses indicaram, segundo analistas de mercado, que a recessão nos Estados Unidos e em outros países pode estar chegando ao fim, e por isso as Bolsas em todo o mundo - incluindo o Brasil - tiveram forte recuperação. Uma eventual ducha de água fria do Fed pode, portanto, fazer o mercado se retrair nas próximas sessões.
Os dados divulgados hoje na China - país que se colocou como uma das locomotivas para a economia mundial sair da crise-- poderiam ter dado o fôlego necessário para que as Bolsas mundiais se mantivessem em alta hoje, mas não vieram fortes o suficiente. Apesar de robustos, os dados de produção industrial e investimentos no país vieram abaixo do que era esperado.
Entre as notícias internas, o destaque ficou para o resultado do Itaú Unibanco. O banco encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 2,571 bilhões, contra um lucro pró-forma de R$ 2,797 bilhões em igual período do ano passado --uma queda de 8%. Com isso, suas ações preferenciais apresentam recuo de 4,1%, uma das maiores entre os principais papéis negociados.
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores altas foram das preferenciais da Net (2,83%), das ordinárias da BM (2,28%) e das preferenciais da TAM (2,23%). Já as maiores baixas foram das preferenciais classe A da Braskem (-4,65%), das ordinárias da Redecard (-4,54%) e das preferenciais da Duratex (-4,53%).