Jornal Correio Braziliense

Economia

Mercado de luxo cresce menos com a crise, mas não muda perfil

A crise econômica atingiu todos os setores da economia, incluindo o mercado de luxo, que deve ter uma alta menor no faturamento neste ano. Segundo dados de estudo da MCF Consultoria e da Gfk Brasil, a previsão de crescimento do setor é de 8% em 2009 - para US$ 6,45 bilhões -, ante expansão de 12,5% no ano passado. [SAIBAMAIS]Os investimentos do setor devem ficar em torno de US$ 830 milhões neste ano, contra US$ 950 milhões em 2008, de acordo com o estudo. Para Carlos Ferreirinha, diretor-presidente da MCF, porém, os problemas trazidos pela crise não mudam o perfil do mercado de luxo. "Nenhuma marca de luxo está criando produto mais barato, mas elas estão criando categoria de produtos com preços distintos para categorias distintas", disse. "Em meio à crise, todos nós, mesmo que não tenhamos tido perda nenhuma, nós repensamos nossos gastos. Há uma reação natural de retração. E o movimento agora vai ser de destaque para os pequenos luxos. Vamos ver os mercados de perfumaria, cosmética, ganhando um espaço mais acentuado", afirmou. "A crise assustou, sim, o setor e está fazendo com que muitas empresas redesenhem seu negócio. Mas isso não quer dizer que elas estão mudando sua atividade principal. Elas estão fazendo categorias novas, mudando a forma de aproximação do consumidor, repensando sua distribuição. Mas não criando produtos mais baratos", explicou. Consumidores Os consumidores do mercado de luxo ainda estão bastante concentrados em São Paulo, com 61% do total, mas já se espalham por outras regiões do país. A capital Brasília, por exemplo, é considerada a cidade mais promissora para o setor em 2009, apontada por 48% dos empresários entrevistados. A pesquisa mostra ainda que as mulheres são a maioria entre os compradores de produtos de luxo, representando 63% do mercado. A maior parte dos consumidores do segmento --40%-- tem entre 26 e 35 anos. Os brasileiros entre 36 e 45 representam 24% dos clientes.