Jornal Correio Braziliense

Economia

Mundo conseguiu evitar nova Grande Depressão, diz Prêmio Nobel

Os pacotes de estímulo elaborados pelos governos de diversos países ajudaram a economia mundial a evitar uma nova Grande Depressão, como nos anos 30 do século passado, mas uma recuperação plena deve levar ao menos dois anos para acontecer, disse nesta segunda-feira (10/8) o prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman. [SAIBAMAIS]"Conseguimos evitar uma segunda Grande Depressão (...) mas uma plena recuperação está distante pelo menos dois anos, provavelmente mais", afirmou. Segundo ele, o pior da crise passou, após a divulgação de indicadores macroeconômicos positivos e do aumento das exportações, sinalizando estabilização. Mesmo assim, a recuperação deverá ser "desapontadora", uma vez que os gastos dos governos não são sustentáveis no longo prazo e o desemprego ainda está em níveis altos. Krugman descartou a possibilidade de uma recuperação como a que ocorreu após a crise asiática, entre 1997 e 1998. Para o prêmio Nobel, a Ásia terá provavelmente uma recuperação mais rápida do que as da Europa e dos Estados Unidos, guiadas pela recuperação nas exportações de manufaturados. O presidente americano, Barack Obama, conseguiu em fevereiro deste ano a aprovação de um pacote de US$ 787 bilhões, de estímulo para a economia. Outro pacote de estímulo entre os maiores já aprovados por governos contra a crise foi o da China, de cerca de US$ 585 bilhões. Krugman disse que ainda há espaço para o governo americano elevar gastos para impulsionar o crescimento, apesar das preocupações sobre o déficit do país - no mês passado, o Departamento do Tesouro informou que o déficit fiscal americano foi de US$ 94,32 bilhões no mês de junho, atingindo US$ 1,086 trilhão no acumulado do ano fiscal, iniciado em outubro do ano passado. No mesmo período do ano passado, o déficit era de "apenas" US$ 285,85 bilhões. Ele destacou a necessidade de reestruturar o sistema financeiro global e impor regulamentação mais firme para evitar a ocorrência de uma nova crise econômica, mas lembrou que o momento para essas reformas pode estar passando.