As cooperativas de crédito vão solicitar ao Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional, a eliminação da regra que impede a atuação das entidades em municípios com população superior a 2 milhões de habitantes.
A proposta das cooperativas, que deve ser encaminhada ao órgão em outubro, fará parte de uma minuta que vem sendo discutida pelo setor sobre os ajustes que deverão ser feitos na resolução do Conselho que regulamenta o funcionamento dessas entidades. O ajuste, de acordo com as cooperativas, se faz necessário por causa da Lei Complementar número 130, sancionada em abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lei regulamenta o sistema nacional de crédito cooperativo, explicou Silvio Giusti, especialista de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
"Estamos num processo de levantamento de sugestões que serão encaminhadas ao CMN porque, com a lei específica, o conselho terá de ajustar sua resolução", disse Giusti. Pelas regras vigentes, a atuação das cooperativas é dividida em três grupos. Elas podem atuar em municípios pequenos, com até 300 mil habitantes, nas cidades de médio porte, com população entre 300 mil e 750 mil, e nas de grande porte, limitadas a até 2 milhões de habitantes. "Queremos o livre acesso ao mercado", explicou Giusti. "O avanço para municípios com 5 milhões ou 10 milhões de habitantes vai depender unicamente de nós, do processo de maturação e desenvolvimento dos negócios das cooperativas", disse.