O setor privado perdeu 371 mil empregos em julho nos Estados Unidos, nitidamente menos que no mês anterior, segundo estudo do gabinete de conselho em recursos humanos ADP publicado nesta quarta-feira (5/8)
[SAIBAMAIS]O gabinete revisou para 463 mil, em vez de 473 mil, o número de empregos eliminados em junho.
O dado de julho é, em contrapartida, superior ao previsto pelos economistas, que apostavam em 350.000 demissões.
"Apesar dos sinais recentes de que a atividade econômica global está se estabilizando, o emprego, que reage habitualmente atrasado (em relação à conjuntura), deve continuar a cair ao menos por mais alguns meses, mesmo que a um ritmo decrescente", segundo o ADP.
Ian Shepherdson, da High Frequency Economics, disse que esta melhora era "o resultado de um número de demissões menor que o normal no setor automobilístico" este ano em relação aos anteriores, porque a reestruturação da Chrysler e General Motors começou na primavera.
Ele disse, porém, que os dados de julho são "horríveis" e calculou que os dados do desemprego devem "continuar aumentando", após terem atingido em junho a taxa de 9,5%.
A pesquisa ADP dá uma primeira noção sobre a evolução mensal do emprego nos EUA antes dos dados oficiais do departamento de Trabalho, que cobrem o setor privado e o setor público ao mesmo tempo, e devem ser publicados na sexta-feira.
Os analistas prevêem em média 328.000 demissões, e podem ser levados a rever esta estimativa em alta após o estudo da ADP.
Segundo o ADP, o setor de serviços, que garante mais de 85% do emprego não-agrícola nos EUA, perdeu 202.000 postos em julho, após 218.000 em junho.
Com uma mão de obra em baixa contínua há mais de dois anos, a indústria perdeu ainda 169.000 empregos, contra 218.000 no mês anterior.
As grandes empresas, com 500 assalariados ou mais, demitiram 74.000, as empresas médias (de 50 a 499 assalariados), 159.000, e as pequenas 138 mil.
Em um outro estudo publicado nesta quarta-feira, o gabinete Challenger, Gray & Christmas indicou que o número de demissões (nos EUA e no exterior) anunciado em julho por empresas americanas subiu a 97.373, ou seja 31% a mais que em junho, onde o dado foi o mais baixo em 15 meses.
O total das reduções de efetivos programadas pelas empresas americanas chega a quase um milhão desde o início do ano (994.048).