Jornal Correio Braziliense

Economia

Soja provoca queda nas exportações e afeta comércio com a China em julho

A queda nas exportações registrada em julho se deve ao adiantamento de embarques de soja para o exterior em junho, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento. Segundo dados da balança comercial, as exportações somaram US$ 14,143 bilhões no mês passado--média diária de US$ 614,9 milhões. Pelo critério da média diária, houve queda de 11% em relação a junho deste ano e de 31% na comparação com o mesmo período do ano passado. [SAIBAMAIS]O secretário do Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou que o mesmo efeito explica a queda nas exportações na comparação anual. Segundo ele, grande parte desses embarques foi feita para a China. "Isso tem a ver com a aceleração de embarques por causa da safra", afirmou. Segundo Barral, essa antecipação de exportações de soja em junho também explica a queda de mais de 20% nas exportações para a China na comparação mensal. Foram quase US$ 800 milhões a menos em vendas para o país asiático, considerando todos os produtos exportados. Esse efeito também provocou uma queda de 14% nas exportações de produtos básicos na mesma comparação, enquanto os industrializados registraram redução menor, de 8%. Importações As importações brasileiras ficaram em US$ 11,215 bilhões --média diária de US$ 487,6 milhões. Houve aumento de 4% em relação ao mês anterior, terceira alta seguida. Na comparação anual, houve queda de 35%. Os principais destaques foram os aumentos mensais de 6,7% nas compras de matérias-primas; de 4,3% nos bens de consumo não-duráveis (com destaque para medicamentos) e de 7% para combustíveis e lubrificantes. Segundo o secretário, esse movimento ainda não reflete a queda do dólar, que deve impactar a balança a partir de setembro. "O câmbio tem um efeito de incentivo à importação, mas até agora isso não foi notado. Provavelmente em setembro ou outubro isso seja mais observado." Superávit. O secretário também afirmou que o crescimento das importações pode levar a uma redução no superávit comercial no segundo semestre, mesmo assim, prevê um resultado positivo no ano. Em julho, a diferença entre exportações e importações resultou em um superávit comercial de US$ 2,928 bilhões (média diária de US$ 127,3 milhões). Em junho, a média diária do saldo comercial havia ficado em US$ 220 milhões. Ano No acumulado do ano, a balança comercial apresentou superávit de US$ 16,9 bilhões (média diária de US$ 116,6 milhões), alta de 16,4% na comparação da média diária. Devido aos efeitos da crise econômica, a média diária de exportações caiu 24% neste ano. Nas importações, houve recuo de 30%. As vendas para o exterior nos primeiros sete meses do ano totalizaram US$ 84,1 bilhões (média diária de US$ 580 milhões) e as importações US$ 67,2 bilhões (média diária de US$ 463,3 milhões). A corrente de comércio alcançou US$ 151 bilhões (média diária de US$ 1,043 bilhão). Isso significa que a crise econômica reduziu as operações de comércio do Brasil com o exterior em 27% neste ano.