Jornal Correio Braziliense

Economia

Vale admite elevar participações na siderurgia

Depois de ter ampliado sua participação na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), a Vale admite ampliar outras participações em projetos siderúrgicos, disse nesta quinta-feira (30/7) o diretor executivo de minerais ferrosos da empresa, João Carlos Martins. Ele frisou que a estratégia de atrair empresas para a construção de unidades, exclusivamente no Brasil, será mantida. O executivo reiterou que a Vale contempla participar desses projetos apenas de forma minoritária. "Estamos abertos a qualquer alternativa. Mas a Vale não mudou, a estratégia de sermos minoritários e atrairmos investidores para o Brasil tem dado resultados", afirmou, em entrevista coletiva para explicitar o resultado financeiro da mineradora no segundo trimestre. Martins citou como exemplo uma siderúrgica que tenha interesse em ampliar a produção no Brasil. Ele explicou que a Vale poderia ter uma participação maior, desde que a siderúrgica se comprometa a comprar minério de ferro (matéria-prima para a produção de aço) da própria mineradora. No caso da CSA, Martins disse que a crise foi determinante para o aumento da fatia da Vale no negócio. Segundo ele, o investimento não poderia ser mantido no ritmo previsto se a mineradora não fizesse maior aporte de recursos no negócio. "O acordo foi fruto de um entendimento mútuo. O aumento da participação da Vale vai permitir concretizar o investimento mais rapidamente", observou. No último dia 22, a Vale anunciou o aumento de participação na CSA para 26,87%. Anteriormente, a mineradora detinha 10% do capital da futura siderúrgica, com o restante a cargo da alemã ThyssenKrupp. O aumento de participação se dará por meio de aporte de capital de 965 milhões de euros (cerca de R$ 2,61 bilhões). A CSA está sendo erguida em Santa Cruz (zona oeste do Rio), com início das operações previsto para 2010. A produção prevista da nova siderúrgica é de cinco milhões de toneladas métricas de placas de aço por ano.