O ministro das Relações Exteriores paraguaio, Héctor Lacognata, qualificou nesta quarta-feira (28/7) de "pouco felizes" as declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no marco do acordo assinado pelo Paraguai e Brasil sobre a hidrelétrica de Itaipu.
Lobão afirmou que o Brasil não pagará o aumento concedido ao Paraguai pelo excedente de energia que não utiliza na hidrelétrica, mas que o dinheiro sairá da renegociação dos juros da dívida de construção da represa, contraída com a Eletrobrás.
O novo acordo, referendado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governante do Paraguai, Fernando Lugo, no sábado em Assunção. A partir de 2010, o Paraguai receberá de Itaipu US$ 360 milhões ao ano pela entrega ao Brasil de parte da energia que não consome. Em 2008, o valor pago foi de US$ 107 milhões, segundo as autoridades.
Aos jornalistas, Lacognata disse que "o ministro Lobão sempre fez declarações pouco felizes em relação a tudo o que foi o processo de negociação" das reivindicações do Paraguai perante Itaipu, iniciado há quase um ano.
"É preciso encarar isso como uma opinião pessoal, não é a opinião oficial do governo brasileiro. Nesse sentido, reitero que os porta-vozes oficiais em todo este processo do tema de Itaipu são os presidentes e os chanceleres", acrescentou.
Em março, Lobão afirmou que o "Paraguai não deu um centavo" para a construção da represa, que se remonta a 1973, e que participou somente com "uma parte de água, porque a outra parte era brasileira".