A cotação do dólar comercial fechou o dia com nova alta, voltando ao patamar dos R$ 1,90, influenciada pelo mau humor dos investidores no Brasil e no mundo. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) apresenta um recuo de quase 2%.
A moeda americana encerrou os negócios vendida a R$ 1,904, com alta de 1,16% sobre o fechamento de ontem. Já o dólar turismo subiu 1% nas casas de câmbio paulistas, vendido a R$ 2,02. Mesmo com a alta no preço ao longo de todo o dia, o Banco Central fez leilão de compra de dólares no final dos negócios. A autoridade monetária comprou a moeda com taxa de corte de R$ 1,9059.
A nova alta do dólar foi causada pelo movimento de saída dos investidores estrangeiros na Bovespa, que hoje apresenta um forte recuo. O movimento é semelhante aos vistos nos principais mercados acionários hoje, mas é amplificado com a forte queda nos preços das commodities.
Às 16h39 (em Brasília), o Ibovespa (Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa paulista) operava com recuo de 1,53%, para 53.658 pontos, com giro financeiro de R$ 4,054 bilhões.
O mercado local segue o movimento de realização de lucros já visto ontem, após o Ibovespa ter atingido na segunda-feira o seu nível mais alto desde o início de setembro do ano passado.
O pretexto para a queda vem do exterior. Os investidores nos Estados Unidos repercutem negativamente os dados de pedidos de bens duráveis no país, que recuou 2,5% em junho. O índice Dow Jones recua 0,67%, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,79%. Resultados corporativos também não vieram com boas notícias: os lucros da Time Warner e da General Dynamics recuaram, enquanto a Sprint Nextel e a ArcelorMittal tiveram prejuízos no segundo trimestre.
O mercado acionário local recua com mais força em Wall Street porque a queda no preço das matérias-primas tem maior peso aqui do que lá, já que algumas das empresas com maior movimentação na Bovespa são produtoras de commodities --casos, por exemplo, da Petrobras, da Vale e das siderúrgicas.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, por exemplo, recuam 3,89% e 2,77%, respectivamente. Já as preferenciais classe A da Vale perdem 1,45%.
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores baixas são de Telemar PN (2,59%), Cemig PN (2,05%) e VCP PN (2,04%). Já as maiores baixas são de TAM PN (-5,11%), Petrobras ON e Gerdau Metalúrgica PN (-3,66%).
O mercado local recua mesmo com uma série de dados macroeconômicos positivos divulgados hoje.
O destaque fica para a sétima alta seguida da confiança da indústria no mês de junho. O ICI (Índice de Confiança da Indústria) cresceu 6,2%, chegando a 99,4 pontos, maior nível desde outubro de 2008 (104,4 pontos), segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Além disso, a taxa de desemprego caiu para 14,8% em junho, ante 15,3% em maio, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e a produção industrial no Estado de São Paulo avançou 2% entre maio e junho, segundo a Fiesp.