Jornal Correio Braziliense

Economia

Indústria atinge maior nível de confiança desde o início da crise

A indústria atingiu o maior nível de confiança desde outubro do ano passado. Entre junho e julho, houve alta foi de 6,2% ao passar de 93,6 pontos para 99,4 pontos. O medidor ainda não atingiu o pico do ano passado (119,2 ponto em agosto), antes da crise financeira, mas encontra-se próximo da média histórica desde 1995, de 99,1 pontos. Esse é o sétimo avanço consecutivo do ICI. Os dados fazem parte da pesquisa de Sondagem da Indústria de Transformação, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

[SAIBAMAIS]As altas da taxa, no primeiro trimestre do ano, foram motivadas, principalmente, pela retomada da confiança do setor automobilístico, que obteve incentivos do Governo Federal, como a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). A confiança, em menor escala, de outros segmentos indústriais, também colaborou para o desempenho no período. Já no segundo trimestre do ano, os empresários começaram a ver que a crise teve um impacto menor do que era esperado. "A partir de abril, o índice avançou de forma mais rápida e consistente, espalhando-se entre os (outros) setores", diz a pesquisa da FGV.

A sondagem da indústria ainda mostra que a parcela das empresas que avaliam a situação atual dos negócios como boa cresceu 3,6 pontos percentuais, passou de 20,8% para 24,4%. Em contra-ponto, os que consideram o ambiente atual fraco diminuiu, passou 28,0% para 24,2%. O ICC é composto por dois índices: o de Situação Atual (ISA), que avançou em 4,2%, ao passar de 97,3 para 101,4 pontos, nível que supera a média histórica de 99,9 pontos e o Índice de Expectativas (IE), que elevou-se em 8,2%, ao passar de 90,0 para 97,4 pontos.


Confiança no futuro

Nessa avaliação de julho, as expectativas para os próximos meses melhoraram. "Principalmente com relação à produção nos próximos 3 meses, cujo indicador saltou de 118,8, em junho, para 130,2 pontos, o maior desde setembro de 2008 (134,2 pontos)", explica um trecho da pesquisa. No levantamento, 1.115 empresas foram consultadas. Dessas, 43,2% preveem aumento de 13,0% na produção entre junho e setembro.

Toda essa confiança no futuro se deve aos pedidos de fim de ano, para o Natal, melhor data para o comércio. A indústria já começa a produzir o que vai ser comercializado em novembro e dezembro. Se no começo da crise, em setembro de 2008, e nos primeiros meses de 2009, não houve nenhuma catástrofe para o setor, avaliam especialistas, não será nesse segundo semestre que as coisas vão se agravar. Os próximos seis meses são tradicionalmente o melhor período para a indústria.