Jornal Correio Braziliense

Economia

Mesmo com poço seco, Petrobras diz acreditar em sucesso do pré-sal

Apesar de não ter sido encontrado petróleo no poço Guarani, no bloco BM-S-22, a Petrobras sustenta que a taxa de sucesso nas perfurações na região do pré-sal da bacia de Santos é de 100%. Em nota divulgada nesta terça-feira (28/7), a estatal afirma ser improvável a ocorrência de poços secos na área do pré-sal. Matéria divulgada pelo jornal "Valor Econômico" de hoje aponta que 32% das perfurações feitas no pré-sal resultaram em descobertas pouco viáveis, ou seja, estão enquadrados como secos (sem indícios de petróleo e gás) ou com potencial de produção pouco significativa, fora dos padrões comerciais. Os dados se baseiam em informações contidas no BDEP (Banco de Dados de Exploração e Produção) da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A agência, no entanto, informou que o dado referente ao poço 6-BG-6P-SPS, conhecido como Corcovado-1, estava colocado de forma errada no site. O dado que era mostrado apontava que não havia sido encontrado indício de petróleo e gás. A BG (British Gas), operadora do poço na fase exploratória, contestou a informação, garantindo ter encontrado indícios. A ANP confirmou na tarde desta terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que, de fato, houve erro na informação postada, e anunciou que realmente houve descoberta. O Corcovado-1 está situado no bloco BM-S-52, no entorno do chamado cluster (região central) de Santos, na área conhecida como "franja" do pré-sal. Outro poço situado próximo ao cluster, Taquari, no bloco BM-S-45, também é apresentado pela ANP com possibilidade de produção subcomercial. No bloco BM-S-22, a Petrobras é minoritária, com a operação a cargo da americana Exxon. Nas 11 perfurações como operadora, feitas na região central da bacia de Santos, a Petrobras obteve êxito em todas. Em uma delas, no poço Parati, informações da ANP dão conta de que os indícios lá encontrados não sustentam produção comercial. Os demais indícios encontrados, apontados como pouco viáveis pelas empresas à ANP, estão situados em regiões no pré-sal das bacias de Campos e do Espírito Santo, fora do chamado "filé mignon" da camada ultraprofunda.