Jornal Correio Braziliense

Economia

Aécio quer aumentar endividamento de Minas em R$ 1 bilhão

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse nesta terça-feira (28/7) que espera anunciar em no máximo duas semanas um aumento no limite de endividamento de Minas Gerais, em razão das perdas de receitas devido ao agravamento da crise financeira mundial. Aécio esteve reunido durante a tarde no Ministério da Fazenda com o ministro Guido Mantega e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo contou, foi apresentado a Mantega uma proposta de aumento na capacidade de endividamento similar à perda de R$ 1,3 bilhão do que havia sido previsto do orçamento do estado em 2008 para Minas Gerais. "O que nós propomos foi R$ 1 bilhão ou US$ 500 milhões, porque nós já temos encaminhado (esse limite) com o Banco Mundial e, uma parcela menor (para financiamento), com o Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento)", frisou. Crise O governador de Minas Gerais disse ainda que espera que o ministro se "sensibilize" com o caso de Minas Gerais, que "busca encontrar fórmulas de suprir a queda na arrecadação com instrumentos de financiamento". Segundo ele, esse seria "o único instrumento que o estado tem, diferentemente do governo federal, que pode emitir títulos do Tesouro (Nacional), por exemplo, para financiar o eventual déficit". Aécio revelou estar otimista em relação à aprovação de Guido Mantega à proposta de aumentar o endividamento de Minas Gerais. "Ele (Mantega) me disse que dentro de no máximo uma ou duas semanas estará em condições de assinar a liberação do novo limite", disse. Segundo contou, o estado deve receber, no próximo dia 6, uma missão do Banco Mundial, "já para ultimar esse financiamento". "São recursos que serão incorporados ao orçamento do estado para investirmos em saúde, em segurança pública e educação", detalhou Aécio. Receitas O governador citou que o dinheiro captado com os financiamentos deverá recompor as perdas na atividade econômica, que segundo ele já começa a dar sinais de retomada. Mas disse, porém, que essa melhora ainda não refletiu nas receitas. "No nosso caso, por exemplo, a siderurgia, estava trabalhando (no auge da crise) com cerca de 50% de sua capacidade. Hoje talvez esteja em 80%, mas isso não refletiu na arrecadação porque o preço do ferro está muito mais barato do que estava antes da crise", relatou. E opinou: "Volta-se a vender, mas não no volume que nos levaria a retomar a aquela arrecadação inicial". Segundo números do governador, em outubro de 2008, o governo de Minas Gerais arrecadou R$ 60 milhões somente com o setor mineral. Já em junho deste ano, porém, essa arrecadação havia caído para R$ 5 milhões. "É mais lenta a retomada da arrecadação do que da atividade econômica, porque uma é decorre da outra", assimilou.