Jornal Correio Braziliense

Economia

Acordo de Itaipu estabiliza situação política paraguaia, diz Garcia

O assessor da presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta segunda-feira que o acordo com o Paraguai sobre a usina hidrelétrica de Itaipu foi importante por estabilizar a situação política no país vizinho. Ele também ressaltou a informação dada mais cedo pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o acordo não afetará os consumidores brasileiros. "Acreditamos que esse acordo vai beneficiar o Paraguai e não vai criar nenhum ônus para o consumidor brasileiro, uma vez que vai ser assumido em parte pelo Tesouro e em parte por uma série de resoluções técnicas", disse Garcia a jornalistas, sem dar detalhes da operação assinada no final de semana, em Assunção, pelos presidentes dos dois países. "Pelo o que tem ocorrido no Paraguai, isso (o acordo) estabiliza a situação política no Paraguai, e isso é muito bom para a região", acrescentou Garcia. A estruturação da operação, que ainda não foi detalhada por nenhuma autoridade brasileira, só deve ficar pronta em 60 dias, lembrou Garcia. Além de prometer quase triplicar o valor anual da cessão da energia --hoje em torno dos US$ 120 milhões--, o Brasil disse que permitirá a venda gradativa da energia de Itaipu diretamente no mercado livre de energia do Brasil pelo Paraguai. Atualmente, a energia é vendida pela Eletrobrás. A reavaliação do contrato de energia da usina binacional de Itaipu era uma promessa de campanha do presidente Fernando Lugo. "Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um oceano de desigualdade social", frisou o assessor da presidência da República. Garcia participou nesta segunda-feira de um seminário internacional sobre o processo de paz na região do Oriente Médio. "O Brasil pode ter um papel importante, uma vez que temos colônias aqui no país", finalizou. Mais cedo, Paulo Bernardo afirmou que é uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não permitir aumento da tarifa e o governo deve subsidiar o valor. "Não vai ter [aumento tarifário]. Isso eu tinha perguntando à parte já para o presidente. Nem tratamos na reunião, mas eu já tinha perguntando e ele disse que a determinação é que não tenha impacto para o consumidor. O governo vai pagar essa conta? Concluo que a resposta é afirmativa", disse o ministro.