Jornal Correio Braziliense

Economia

Conversões de veículos para GNV têm crescimento modesto no 1° semestre

O mercado de GNV (Gás Natural Veicular) cresceu menos que o esperado no primeiro semestre, acompanhando a tendência das vendas totais de combustíveis, que segundo dados preliminares da ANP (Agência Nacional do Petróleo), tiveram retração de janeiro a junho. A frota equipada com gás natural cresceu apenas 1% no período, totalizando 1,6 milhão de veículos ao fim de junho. Coordenador do Comitê do GNV do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), R.Fernandes alega que a crise econômica influenciou o desempenho do mercado de GNV no período. Projeção inicial indicava um incremento de 3% a 4% no primeiro semestre. Para a segunda metade do ano, Fernandes prevê uma retomada no ritmo de conversões, a reboque do melhor desempenho que vem sendo observado na economia. A projeção para 2009 é que o mercado de GNV tenha um incremento de 4% a 4,5%. "O crescimento no primeiro semestre realmente foi menor do que o esperado, mas estamos com uma perspectiva bem melhor para o restante do ano", afirma. Os primeiros sinais de recuperação na economia, aliada à redução que vem sendo observada nos preços do GNV nas bombas dos postos de combustíveis, devem impulsionar o mercado na parte final deste ano, salientou Fernandes. Desde dezembro, o preço médio do metro cúbico do GNV caiu 7,7% nos postos, sendo cotado, na média de julho, a R$ 1,586, segundo dados da ANP. O GNV perdeu, nos últimos tempos, o status de combustível mais barato para o álcool, depois que a Petrobras passou a fazer correções trimestrais no preço do gás natural. O preço deste insumo é influenciado pela cotação do petróleo, que caiu desde o início da crise, mas havia tido forte alta anteriormente. Segundo a ANP, o litro do álcool, em julho, custa 10,5% menos do que o GNV nos postos, sendo encontrado, em média, por R$ 1,419. "O consumidor, normalmente, é influenciado pelo preço aparentemente mais barato. Mas se for levar em conta o custo-benefício, o GNV é mais vantajoso do que o álcool", defende Fernandes. Entre os planos para expandir o mercado, estão campanhas específicas em alguns estados, como Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro, para atrair novos consumidores do GNV. O IBP pretende ainda iniciar um trabalho para disseminar o uso do GNV entre veículos pesados, como os ônibus. "Nossa frota de veículos pesados equipados com GNV é insignificante. E diante das discussões sobre redução dos níveis de poluentes no diesel vendido no Brasil, o uso do GNV se encaixa perfeitamente. Há bons exemplos no mundo, como a frota de ônibus de Medellin, na Colômbia", observa. Admitindo que o custo para se converter veículos pesados para o uso do GNV é alto --seriam necessário de oito a dez cilindros por veículo-- Fernandes defende que sejam concedidos subsídios para a conversão desta frota. "Gasta-se bilhões com a importação de diesel. Poderia se reduzir essa compra, pegar esse dinheiro e fomentar o mercado de GNV para veículos pesados", sugere.