O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quinta-feira que a suinocultura e a cafeicultura, especialmente a do sul de Minas Gerais, são os setores mais críticos e preocupantes ligados à sua pasta. No caso da carne suína, Stephanes deixou claro que o problema é o excesso de oferta.
"Se não se reduzir a oferta, não haverá solução possível em curto prazo", disse o ministro em evento na sede da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), para a posse do novo diretor-presidente da estatal, Pedro Arraes, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Stephanes disse que há perspectivas de abertura de novos mercados, como a China, o Japão e a Rússia que, segundo ele, admitiu a possibilidade de aumentar as cotas para importação de carne de países que não os da União Europeia e os Estados Unidos, beneficiados com cotas específicas. Entretanto, o ministro ressaltou que os novos clientes internacionais devem levar de seis meses a dois anos para iniciar a compra de suínos do país.
De acordo com Stephanes, a gripe suína --a chamada A (H1N1)-- não influenciou as vendas da carne. "A exportação de suínos aumentou 6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado", disse o ministro. Para ele, o mercado interno é que precisa de um ajuste entre oferta e consumo.
Em relação à cafeicultura, Stephanes disse que o problema está concentrado em cerca de 30% dos produtores, localizados no sul de Minas Gerais. Por causa da dificuldade em identificar os problemas, o ministro disse que tem procurado falar diretamente com os produtores. "Não falo mais com representantes. Falo com agricultores, desde a vida que ele levam até os problemas que enfrentam".
O ministro reconheceu que as decisões sobre liberação de crédito e realização de leilões demoraram. Hoje, cerca de 10 mil contratos de opção de venda para 1 milhão de sacas de café arábica foram negociados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ao valor de R$ 950,15 cada. Com isso, os cafeicultores e cooperativas que os adquiriram garantem a venda ao governo em 13 de novembro deste ano.
Na próxima quarta-feira (22), haverá mais três leilões para apoio à comercialização de mais 2 milhões de sacas de café. Stephanes adiantou que outras medidas devem ser tomadas para incentivar o setor. "Vamos estudar outras intervenções no mercado, talvez até aquisição de estoques, se for necessário."