A economia brasileira deve sofrer retração de 0,8% neste ano, em decorrência da crise financeira internacional, e uma expansão equivalente a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, em 2010. A estimativa, divulgado nesta quarta-feira (15/7), é da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), em linha com o anúncio da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), feito ontem (14), no Ministério da Fazenda. Única diferença é que a OCDE prevê aumento de 4% no PIB brasileiro do ano que vem.
As projeções dos dois órgãos vinculados à Organização das Nações Unidas (ONU) estão bem acima da estimativa média dos analistas financeiros nacionais, divulgada no boletim Focus do Banco Central, na última segunda-feira. Embora a melhora da atividade econômica tenha ocorrido de forma ainda muito lenta, eles melhoraram de -0,55% para -0,34%, no último mês, a previsão de queda do PIB.
Mesmo assim, ainda estão menos otimistas que os levantamentos estatísticos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) %u2013 da Fundação Getulio Vargas (FGV) %u2013 que estimam atividade econômica estável no fim do exercício, com retração muito próxima de zero.
Em contrapartida, o Fundo Monetário Internacional (FMI) é mais pessimista e divulgou relatório, no último dia 8, intitulado Perspectiva Econômica Mundial, no qual mantém a projeção de abril, de que a maior economia latino-americana sofrerá retração de 1,3% em 2009, com possível expansão de 2,5% em 2010.
A análise da Cepal se aproxima mais da metodologia aplicada por analistas brasileiros, e prevê que embora a economia da América Latina e do Caribe tenha contração de aproximadamente 1,9% neste ano, haverá recuperação da atividade produtiva suficiente para as economias da região crescerem 3,1% em 2010.
O pior desempenho na região, de acordo com a Cepal, será do México, que aponta para retração em torno de 7% neste ano, e recuperação de 2,5% no ano que vem. O melhor desempenho deve ficar com a Argentina, que nos cálculos da Cepal apresentará expansão de 1,5% neste ano, com aumento de 3% em 2010.
De acordo com as projeções do FMI, a economia mundial deve se retrair em torno de 1,4% neste ano, e crescerá 2,5% em 2010. As quedas mais acentuadas em 2009 serão da Rússia (-6,5%), do Japão (-6%), dos 16 países europeus que compõem a zona do euro (-4,8%), do Reino Unido (-4,2%) e dos Estados Unidos (-2,6%).
O FMI prevê expansões econômicas neste ano apenas para a China ( 7,5%) e para a Índia ( 5,4%).