A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cravou seu sétimo pregão de perdas em nove dias úteis deste mês. O investidor continua arisco em voltar às compras, com fracas expectativas sobre o calendário de balanços trimestrais, apesar do bom resultado do Goldman Sachs revelado nesta terça-feira (14/7). E amanhã é o dia mais intenso da agenda econômica, com a divulgado do bastante esperado PIB chinês. Apesar do ambiente mais avesso à risco, a taxa de câmbio caiu para R$ 1,96, com um fluxo importante de divisas.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 0,64% no fechamento, aos 48.872 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,81 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,33%.
[SAIBAMAIS]"Os últimos balanços divulgados vieram em linha com o esperado, ou até surpreenderam bem, como o Goldman Sachs. O mercado, no entanto, não vem reagindo. Isso mostra que ainda há muita cautela com os próximos resultados. Aqui dentro, há alguma apreensão pelos balanços das empresas de primeira linha, que começam a sair nos próximos dias", comenta Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial. "A queda de hoje também foi pode ser a continuidade daquele processo de ajuste que ocorre desde junho. O mercado comprou muito rápido a ideia da recuperação e agora está revisando isso", acrescenta.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,969, em um decréscimo de 0,55% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 279 pontos, número 4,45% abaixo da pontuação anterior. "Hoje nós vimos entradas (de divisas) expressivas no mercado, com muitas empresas da área de exportação fechando operações", comenta o operador da corretora Dascam, Luiz Fernando Moreira.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a inflação do país foi de 1,8% em junho, pela leitura do PPI, que aponta as variações de preços no atacado. O núcleo do PPI, que exclui as variações nos preços da alimentos e energia, teve alta de 0,5%, após uma ligeira deflação de 0,1% em maio. Os números vieram bem acima das projeções dos analistas.
Ainda nos EUA, o Departamento do Comércio comunicou que as vendas no varejo tiveram um avanço de 0,6% em junho, maior resultados dos últimos cinco meses, influenciadas pela alta nos preços da gasolina e por uma ligeira melhora nas vendas do setor automobilístico. A variação superou as estimativas do mercado (0,4%).
O banco Goldman Sachs anunciou lucro líquido de US$ 2,72 bilhões no segundo trimestre, ou US$ 4,93 por ação, ante US$ 1,66 bilhão (ganho de US$ 3,39/ação) no mesmo período de 2008. O resultado superou com folga as projeções dos analistas, que estimavam lucro de US$ 3,54 para o trimestre.
Na Europa, a Eurostat, a agência de estatísticas, revelou que a produção industrial do continente registrou em maio sua primeira alta mensal desde agosto de 2008 ao crescer 0,5% na zona do euro e 0,1% nos 27 países da UE (União Europeia).
E no front doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas no comércio no país em maio subiram 0,8%, na comparação com abril. Em relação a maio de 2008, houve alta de 4%.