Jornal Correio Braziliense

Economia

Machado comandará Receita a partir de segunda-feira

A Secretaria da Receita Federal muda de comando na segunda-feira. Conforme o Correio noticiou, na edição de 30 de junho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, finalmente admitiu que foi um erro trocar um técnico experiente, como Jorge Rachid, por Lina Vieira, também funcionária de carreira, mas sem o traquejo necessário ao cargo. No lugar de Lina assumirá, interinamente, o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado.

"Lula está profundamente arrependido de ter trocado o Rachid", disse uma fonte com acesso aos interlocutores do Presidente da República. O descontentamento de Lula está vinculado às sucessivas quedas de arrecadação, que a Receita acumula há oito meses. "Não é culpa da Lina. A culpa é do modelo implantado no órgão, que retirou do comando todos os quadros qualificados, substituindo-os por sindicalistas. A Receita não é um órgão que funcione no piloto automático", disse uma fonte.

O último desgaste de Lina foi a polêmica em que se envolveu com a Petrobras, por causa de um crédito tributário da estatal. Funcionária de carreira da Receita Federal, onde ingressou em 1976, a advogada, com pós-graduação em Direito Tributário, não chegou a completar um ano no cargo. Na prática, segundo seus próprios colegas, auditores fiscais, Lina perdeu o comando a partir de março, quando Nelson Machado passou a mandar na área.

"Desde março que ela estava pendurada por um fio. Não é nenhuma surpresa a sua queda", resumiu um graduado auditor fiscal. Na briga que já se avizinha pelo comando definitivo da secretaria, os auditores fiscais prometem colocar as garras de fora. "Chega de aventuras na Receita. Agora eles vão ter que dar o braço a torcer e ver que o melhor perfil para a casa é um bom técnico, que tenha condições de conduzir e colocar em prática uma política tributária adequada. Essa política que está dando errado, não foi feita dentro da Receita", garantiu a fonte.

Os nomes cotados para assumir a pasta são o subsecretário de Gestão Corporativa, Odilon Neves Júnior, e o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Valdir Simão. O problema é que Lula pode querer um nome mais tradicional na casa, que tenha condições de unir a equipe em torno de um projeto de eficiência na gestão. Nesse caso, ganham força dois ex-secretários-adjuntos: Paulo Ricardo Cardoso e Carlos Alberto Barreto. O primeiro é especialista em fiscalização e chefia a área de dívida ativa na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Barreto comanda o conselho de contribuintes.