Jornal Correio Braziliense

Economia

Servidores do INSS no Rio protestam contra o ritmo das negociações com o governo

Dezenas de servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) no Rio de Janeiro, em greve desde 16 de junho, realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (8/7) contra o ritmo das negociações com o governo. Segundo o sindicato da categoria, o processo é lento e acaba prejudicando trabalhadores e contribuintes. Carregando faixas, vestindo camisas pretas e com apitos e o apoio de carros de som, os manifestantes bloquearam parte da pista da Avenida Radial Oeste, no centro da cidade, em direção à zona norte, na altura da agência do INSS da Praça da Bandeira, uma das maiores do estado. No local, segundo funcionários, apenas os serviços de perícia previamente marcados estão sendo realizados. De acordo com Edílson Gonçalves, diretor do sindicato no Rio, o objetivo era chamar a atenção da população para os problemas que o órgão enfrenta há anos. Segundo ele, a falta de condições de trabalho traz prejuízos a toda a sociedade. "Pouco se avançou nas negociações com o governo até agora e temos uma tênue esperança. Aqui no estado, nosso movimento continua por tempo indeterminado e queremos chamar a atenção da sociedade para a necessidade de se defender o órgão", afirmou Gonçalves. Segundo o sindicato fluminense, a paralisação, que é nacional e entra em sua quarta semana, conta com 50% de adesão no estado. Entre as principais reivindicações da categoria está a manutenção da jornada de 30 horas, sem redução salarial, a incorporação de gratificações, a realização de concursos públicos e a melhoria das condições de trabalho e de atendimento ao público. A aposentada Sônia Lima, 54 anos, foi até a agência da Praça da Bandeira nesta manhã porque o benefício que seu marido recebe, há um ano, por estar afastado de suas atividades em função de um enfarte, venceu no início do mês. Sem saber o que fazer, ela resolver ir até o posto para pelo menos obter informações. "Tentei agendar o atendimento pelo telefone, mas não consegui. Como não sabia o que fazer, vim aqui para descobrir e agora me mandaram procurar outra agência. O problema é que ficamos confusos, gastamos dinheiro e tempo e não se sabe se vai resolver. Enquanto isso, o benefício dele está suspenso. Como vamos comprar os remédios?", reclamou. Ainda segundo representantes do sindicato, está marcada para hoje a primeira reunião, em Brasília, do Comando Nacional de Greve. O Ministério da Previdência Social informou que 914 unidades em todo o país funcionam normalmente hoje. Em outras 194, o atendimento é parcial. Além disso, duas fecharam por causa de feriados regionais. Cerca de 160 mil pessoas foram atendidas nesta terça (7/7) nos postos do INSS.